O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, registrou problemas em 143 voos da Azul que iriam decolar ou pousar no terminal nesta sexta-feira (19). O balanço foi atualizado pela BH Airport e diz respeito a atrasos e cancelamentos observados desde o início do dia. Todas as viagens impactadas são da Azul em função do apagão cibernético registrado em todo o mundo.
Ao todo, foram 114 atrasos, entre partidas e chegadas, e 29 cancelamentos, considerando embarques e desembarques. Conforme a BH Airport, os sistemas da concessionária não foram afetados. “Entretanto, algumas companhias aéreas sofreram indisponibilidade em seus sistemas em todo o país. Estamos monitorando a situação e os impactos aos passageiros, em cooperação com as companhias aéreas e os órgãos do setor, a fim de minimizar os efeitos”, disse a empresa responsável pelo terminal.
Ainda segundo a concessionária, a orientação aos passageiros é que se informem com a companhia aérea sobre a situação do seu voo e, caso viajem hoje ainda, se organizem para chegar com antecedência ao aeroporto. A Azul, por sua vez, informou que o apagão gerou impacto diretamente em sistemas de diversos setores, inclusive na operação da aviação mundial.
“Nesta manhã, a Companhia registrou atrasos pontuais em parte de seus voos. Os clientes afetados estão recebendo toda a assistência necessária, conforme prevê a Resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)”, diz a companhia. A Azul reforçou que os clientes com voos agendados devem verificar o status da reserva no site ou aplicativo antes de ir ao aeroporto.
“A Companhia recomenda que os clientes priorizem os check-in nos canais digitais, que já estão disponíveis novamente, e que cheguem com maior antecedência ao aeroporto para embarque. A Azul lamenta eventuais transtornos causados”, complementou a nota da empresa.
Apagão cibernético
A madrugada desta sexta-feira (19 de julho) foi caótica para empresas e serviços pelo mundo que dependem, de alguma forma, de plataformas associadas à Microsoft. Um problema cibernético com a empresa de segurança CrowdStrike causou um “apagão cibernético” nas primeiras horas do dia.
A falha estaria ligada a um sensor chamado Falcon, da empresa. A CrowdStrike é uma empresa de segurança cibernética que opera em nuvem e atende diversos segmentos com a principal promessa de proteção a ataques virtuais. O congelamento do serviço da CrowdStrike, contudo, comprometeu centenas de empresas. OTempo listou algumas instituições e serviços que foram afetados.
Bancos fora do ar
Desde o início do dia bancos relatam inconsistências. O Bradesco informou que suas plataformas digitais foram afetadas pelo apagão e por isso não estavam disponíveis para os clientes do banco. Em comunicado, a instituição informou também que suas equipes "estão atuando para regularização o mais breve possível".
"Em virtude de um apagão cibernético global que afeta várias empresas no mundo, os sistemas dos canais digitais do Bradesco apresentam indisponibilidade nesta manhã. Equipes estão atuando para regularização o mais breve possível. Os terminais de autoatendimento do banco funcionam normalmente", disse o Bradesco.
O Banco do Brasil é o Itaú Unibanco informaram que seus canais digitais seguem funcionando normalmente na manhã desta sexta-feira, 19. Outros bancos brasileiros enfrentam instabilidade nos canais de autoatendimento diante de um apagão cibernético global, que também afeta outros setores da economia
Comércio impactado
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG) vai solicitar aos bancos e empresas que adiem, para a próxima segunda-feira, todos os boletos dos comerciantes com vencimento nesta sexta-feira (19). O pedido é em função do apagão cibernético que afetou todo o mundo durante a madrugada.
A informação foi antecipada à reportagem pelo presidente da Fecomércio, Nadim Donato. “A Federação do Comércio de Minas Gerais está fazendo um pedido exclusivo a todos os bancos, ao município, ao governo estadual e federal, para que qualquer boleto que vença na data de hoje, como nós tivemos essa ruptura de internet, nós precisamos e não conseguimos pagar os nossos boletos", disse Nadim.
O presidente da Fecomércio ainda afirmou que o pedido é para que os boletos sejam pagos sem acréscimo de multa e juros.