Qual você prefere: biscoito recheado de chocolate, biscoito de coco, salpet, maizena? Não importa qual seja, se você mora em Minas Gerais, é muito possível que pelo menos algum deles seja frequente na sua casa, provavelmente com a embalagem azul da Aymoré. A marca completa 100 anos em 2024 e abriu as portas de sua fábrica em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, para a reportagem de O TEMPO acompanhar o passo a passo da produção.
Assista ao vídeo e descubra, em seguida, algumas curiosidades, como a origem do cheiro que invade as ruas ao redor da fábrica e por que não se encontra mais as caixas de biscoitos sortidos da Aymoré para comprar:
O começo da marca não foi em Minas, mas no Rio de Janeiro. Ela logo se mudou para Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, contudo, e se tornou um símbolo mineiro. Quase toda a sua produção fica no Estado, com raras exceções em cidades do Espírito Santo e de São Paulo. Segundo a administração da empresa, a ambição é continuar a crescer em Minas, em vez de expandir.
“Nosso diferencial como marca é a relação com o povo mineiro, e queremos mantê-lo”, sublinha o gerente de comunicação da Arcor no Brasil, Luiz Henrique Ferreira. A argentina Arcor controla a empresa em uma parceria com a Danone, e os donos originais já não estão na liderança da Aymoré.
Após mudar de endereço algumas vezes, há quase três décadas a fábrica está em Contagem, onde reúne cerca de 550 funcionários. Nos últimos três anos, foram investidos R$ 15 milhões na modernização planta. No dia a dia, hoje funcionários dividem as tarefas que vão desde medir o tamanho de amostras de biscoitos a embalá-los, com robôs industriais.
4 curiosidades sobre os 100 anos da Aymoré
1 - Número de biscoitos vendidos por mês supera o da população inteira de Minas
A marca vende cerca de 12 milhões de biscoitos por mês, divididos entre três dezenas de produtos diferentes. Considerando biscoito por biscoito, o número ultrapassa os quase 21 milhões de mineiros, para quem se destinam cerca de 95% da produção, segundo a empresa.
2 - De onde vem o cheiro de biscoito que chega até a rua?
Quem passa pelas ruas próximas à Aymoré, especialmente pela avenida João César de Oliveira, sente o cheiro doce de biscoitos no ar. O segredo do aroma está no forno de cerca de 70 m de extensão que assa as diferentes opções de biscoito. Ao longo desses fornos, erguem-se 32 chaminés que despejam para a rua o aroma da produção, que não para ao longo de todo o dia.
Dentro da fábrica, o cheiro também está presente, mas do lado de fora é ainda mais acentuado. Ao redor dos fornos, o que se destaca é o calor, que ultrapassa os 40ºC — muito mais baixa do que dentro deles, onde os termômetros ultrapassam os 200ºC.
3 - As caixas de retalhos de biscoitos da Aymoré ainda existem?
As caixas de retalhos da Aymoré, que foram rotina na vida de famílias há algumas décadas, misturavam diferentes biscoitos na mesma embalagem. Eram a parte da produção que tinha algum defeito de fabricação, como um formato errado ou pontas quebradas, e que por isso não era embalada normalmente.
As caixas de retalhos deixaram de ser produzidas devido à atual legislação da produção de alimentos industrializados no Brasil, que exige a tabela nutricional e a lista de ingredientes na embalagem de cada produto. Como reunia biscoitos com diferentes receitas e ingredientes, a caixa de retalhos tornou-se impraticável. Agora, segundo a empresa, biscoitos defeituosos são selecionados pelos funcionários, triturados e transformados em massa para novas fornadas.
4 - Por que a logo da Aymoré é um menino indígena?
A logo da Aymoré é uma homenagem à herança indígena do Rio de Janeiro, sua terra-natal, antes de a marca se instalar em Minas Gerais, segundo o gerente de planta da empresa, Luciano Mendes. A estampa do biscoito, um dos mais tradicionais da marca, também remete à costa do Brasil, com um sol sobre o mar e coqueiros ao redor.