Por hora, dois apartamentos finalizados foram vendidos em Belo Horizonte em 2024. O balanço contabiliza a comercialização de 20.564 imóveis na capital, de acordo com o Data Secovi - instituto de pesquisas da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG). Em comparação a 2023, o crescimento nas vendas foi de 8%, com destaque para o segmento econômico, de até R$ 350 mil, que concentrou 43,4% dos negócios concretizados. 

Conforme o CMI/Secovi, também houve alta de 4,2% em relação ao valor do metro quadrado dos apartamentos prontos. O preço subiu de R$ 12,97 mil, em 2023, para R$ 13,5 mil, em 2024. A pesquisa analisou as guias do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), da prefeitura de BH, e identificou que além do segmento econômico, o standart, que concentra apartamentos vendidos entre R$ 350 mil e R$ 700 mil, foi responsável por 34,2% das vendas feitas. 

No caso da modalidade econômica, o destaque nas vendas se dá pela interferência do Minha Casa, Minha Vida, que prevê o financiamento de imóveis de até R$ 350 mil. Tendência que, inclusive, deve se manter para 2025, de acordo com o diretor da CMI/Secovi, Leonardo Matos. “A tendência é que o mercado continue crescendo em volume de negócios, principalmente por causa do programa Minha Casa Minha Vida. Acreditamos que haverá muito investimento no nosso setor por parte do governo federal”, projetou. 

Na pesquisa, o padrão médio, entre R$ 700 mil a R$ 1,25 milhão, correspondeu a 11,7%, enquanto os níveis alto, luxo e superluxo, que variam de R$ 1 milhão a R$ 4 milhões, somados representaram 10,7% dos negócios realizados. “Os resultados, em relação às vendas de apartamentos ficaram dois pontos percentuais acima do que havíamos previsto. Isso ocorreu porque o mercado imobiliário está muito aquecido, de maneira geral”, comentou Leonardo Matos. 

Segundo ele, o setor conseguiu superar as dificuldades geradas pela alta da Selic, que se intensificou no segundo semestre do ano passado e encerrou o ano em 12,25%. “Independentemente da alta de juros, o mercado teve bom desempenho. Isso se deve à baixa taxa de desemprego e à boa dinâmica da economia. Além disso, a compra de um imóvel é a realização de um sonho que muitas pessoas buscam”, complementou o diretor do CMI/Secovi. 

Bairros destaques 

Os bairros Belvedere, Santa Lúcia e Lourdes aparecem na pesquisa com os maiores valores da cidade, todos acima de R$ 12,8 mil por metro quadrado e valores médios dos apartamentos superiores a R$ 1,53 milhão. Com oferta predominantemente de imóveis e padrão econômico, os bairros Distrito Industrial do Jatobá, Solar do Barreiro e Vitória registraram os menores valores por metro quadrado de Belo Horizonte.

De acordo com o diretor da CMI/Secovi-MG, Leonardo Matos, a área média vendida de apartamentos no segmento econômico foi de 87 metros quadrados, “seguindo a média dos últimos anos”. Das nove regionais belo-horizontinas, a Centro-Sul foi a que registrou o número de vendas mais expressivo. A região concentrou 25,1% das vendas gerais, seguida pela Oeste, com 18,8%. Na Pampulha, ocorreram 14,9% dos negócios e na região Norte foi onde houve o menor número de transações: 4,2% do total.

Balanço total

O estudo aponta que foram vendidos 27,6 mil imóveis em 2024, um crescimento de  7% na comparação com o ano anterior, quando foram vendidas 25,8 mil unidades. O segmento residencial, que considera casas e apartamentos, representou 86% das unidades vendidas, alcançando um valor médio de R$ 636,7 mil. Os pontos comerciais representaram a segunda maior participação média nas vendas, somando 8%.