Salinas, no Norte de Minas, deve se tornar um dos maiores pólos produtores de lítio do mundo. A previsão é Dale Henderson, CEO da Pilbara Minerals (PLS), empresa responsável pelo projeto Colina, que deve gerar ao menos mil empregos diretos na cidade. A PLS realizou um aporte de US$ 370 milhões para adquirir a Latin Resources, que era responsável pela exploração do mineral na cidade. 

Em entrevista à reportagem de O TEMPO, Henderson garante que a empresa australiana vê Minas Gerais como um lugar estratégico devido ao histórico do estado na mineração. O projeto, segundo ele, está na fase de estudos de engenharia. “Os principais objetivos são investir no conhecimento sobre o corpo do minério. Então, estamos começando a perfuração para refinar o plano de desenvolvimento para nos posicionar e desenvolver o projeto rapidamente”, disse. 

O CEO não crava ainda uma data para a operação integral no projeto Colina. No entanto, ele vislumbra que Salinas deverá ser, no futuro, uma das 10 maiores operações de lítio do mundo. A projeção, conforme o Executivo, está ligada às reservas do mineral do município, em termos de escala e de teor. “Estes motivos apoiam a possibilidade de uma mina de longa vida útil e que fica lado a lado com algumas das maiores operações globais. Será um grande fornecedor de lítio por muitos e muitos anos”, garante. 

Henderson calcula que a operação em terras mineiras deve abastecer a demanda por lítio dos japoneses e, sobretudo, dos chineses. Segundo ele, a indústria de materiais para baterias está em expansão. “Para o lítio de Minas Gerais, temos a oportunidade de decidir para onde a produção irá. Temos um entendimento sobre com quem poderíamos fazer parceria hoje e os potenciais parceiros no futuro para esse fornecimento”, completa. 

Dale Henderson vê, a nível mundial, uma demanda crescente para o mineral, sob impulso direto das vendas de veículos elétricos. O executivo acredita que o setor tem boas perspectivas a longo prazo, com a popularização dos veículos movidos a baterias. Nesse contexto, o CEO observa boas oportunidades no Brasil. “Há uma jurisdição de baixo custo e um cuidado com a indústria de mineração. É um país com expertise, com um cenário estadual e federal muito favorável para as empresas desenvolverem e operarem projetos de mineração”, salienta. 

Meio ambiente 

Um dos pontos de preocupação de ambientalistas, a preservação de recursos naturais está prevista no projeto Colina, em Salinas, de acordo com Dale Henderson. “A sustentabilidade é um objetivo essencial para uma empresa e nosso objetivo como uma operadora confiável e de alta qualidade na indústria, é de buscar as melhores práticas sustentáveis, atuando com base nas conformidades ambientais”, disse.