As franquias de lazer e entretenimento estão em alta. O segmento cresceu 22,6% em Minas Gerais no ano passado, com um faturamento que saltou de R$ 281,7 milhões, em 2023, para R$ 345,3 milhões, em 2024. O número de unidades no Estado também cresceu: 1,5%, no mesmo período. Os dados são da Associação Brasileira de Franchising (ABF), que mostra ainda que Minas supera a média nacional nesse segmento, que é de 16,6%.
De acordo com o diretor regional da ABF em Minas, Antônio Bortoletto, esse crescimento está muito ligado a uma percepção do mercado acerca da necessidade de espaços de lazer que contemplem pais e filhos. “Cresceu muito o número de parques de pula-pula, por exemplo. A demanda por atrativos para crianças tem crescido por causa do lazer dos pais. Antigamente, os pais deixavam de fazer as coisas por falta de onde deixar as crianças, hoje os pais se divertem também”, explica.
E esse progresso no segmento, puxado pelos espaços de lazer em família, acompanha o crescimento das franquias Food Service (alimentação fora do lar), que cresceram 22,2% em Minas, segundo a ABF. No total, o setor de franquias como um todo teve um crescimento nominal de 13,5% no Brasil e chegou a R$ 273,083 bilhões - a fatia mineira desse montante soma R$ 23,6 bilhões.
Segundo Bortoletto, esse fortalecimento do setor como um todo se deve muito ao próprio empreendedor, que tem enxergado as facilidades que o sistema de franquias oferece. “O franchising só cresce por causa do franqueado. Para ter mais franquias, a gente precisa que o empreendedor descubra no franchising caminhos menos tempestivos do que se ele fosse abrir a empresa sozinho”, diz.
Ele lembra que o sistema de franquias elimina uma série de fatores que muitas vezes a pessoa que está começando a empreender não iria saber. “Você já entra em uma marca consolidada, as pessoas já conhecem. Fora o apoio da franqueadora, que ajuda na questão financeira, administrativa, vendas, RH”, cita. “Franchising é padrão absoluto. A franqueadora auxilia na escolha do ponto, faz estudo demográfico, encontra a região que tem o público certo”, exemplifica. “O franchising também é um capacitador de profissional porque oferece treinamento de pessoal, você capacita aquele profissional para o mercado”, acrescenta.
Franquia de empréstimo de brinquedos faz sucesso entre mães
Quem viu no sistema de franquias uma forma de empreender tendo todo o respaldo e a atenção que o franqueador dá foi a Ana Cristina Magalhães Mesquita, 42 anos, franqueada da Club Kids em Belo Horizonte e Nova Lima. A empresa está inserida no segmento de lazer e entretenimento e é voltada para o aluguel de brinquedos e acessórios materno-infantis. “Eles dão todo o suporte! Eu tenho suporte no catálogo de produtos, no aplicativo, no sistema de gestão. Tem plano de crescimento, acesso a fornecedores, conteúdos de desenvolvimento, mentoria de negócio”, exemplifica.
A franqueada, que também é fisioterapeuta pélvica e trabalha com mulheres, conta que se identificou com a proposta da empresa e isso foi um dos motivos para que investisse na franquia no fim de 2023. “Eu sou mãe também, né? O problema que a Club Kids acha e a solução que ela traz são coisas que eu vivi. Meus meninos hoje estão com 6 e 8 anos, mas eu tive isso, a questão de acúmulo de brinquedo em casa, falta de rede de apoio. Os produtos, às vezes, são muito caros. Você quer ofertar uma coisa legal para seu filho, só que tem um custo muito alto e você vai usar por pouco tempo”, diz Ana Cristina.
A ideia da Club Kids é emprestar itens como brinquedos educativos, carrinho de bebê, mini berço, bomba para tirar leite materno, entre outros itens que muitas vezes são utilizados por, no máximo, três meses. É que os bebês passam por saltos de desenvolvimento, e para cada fase da vida há um brinquedo educativo indicado - às vezes, essas fases duram apenas três meses. É muito comum também avós alugarem berço portátil para receber os netos.
Segundo Ana Cristina, a maior procura é por itens para bebês de até 1 ano e acima de 3. Geralmente os pais procuram cadeira de balanço eletrônica, ideal para bebês até 3 meses, e centro de atividades, ideal para bebês de cerca de 9 meses. Esse centro de atividades, inclusive, chega a custar R$ 2.500 no mercado, dependendo da marca. O aluguel do mesmo brinquedo, por meio da Club Kids, custa cerca de R$ 150 (a depender do modelo) para uso durante 30 dias. Há planos para mais ou menos tempo. E quando a criança não se adapta ao brinquedo alugado, a empresa oferece a opção de troca.
Ana Cristina conta que uma das coisas que chamou atenção para investir na franquia foi a promoção da economia sustentável. “O modelo de negócio era uma coisa que fazia muito sentido para mim enquanto cidadã, empreendedora e mãe. É uma solução maravilhosa para as famílias”, diz.
De acordo com Ana Cristina, desde que ingressou na franquia, seu portfólio de produtos cresceu pelo menos 70%. Ela também presta consultoria para quem procura a empresa pelo WhatsApp, orientando, por exemplo, sobre qual seria o brinquedo ideal para determinada faixa etária.
A Club Kids nasceu em 2015, após o casal Mariana Castro e Júnior Oliveira perceber como o acesso a brinquedos para crianças em fases diferentes era um dilema. Eles começaram o negócio na Paraíba, com investimento inicial de apenas R$ 10 mil. O negócio cresceu e hoje são mais de 100 unidades em 25 estados brasileiros, em um sistema de franquia consolidado. De acordo com o site da ABF, a franquia Club Kids tem investimento inicial de R$ 55 mil a R$ 75 mil.