O Brasil avançou quatro posições em relação ao ano passado e alcançou o 58º lugar no Ranking Mundial de Competitividade 2025, elaborado pelo International Institute for Management Development (IMD), que avalia e compara a competitividade de 69 economias globais. Conforme o estudo, feito em parceria com o Núcleo de Inovação, Inteligência Artificial e Tecnologias Digitais da Fundação Dom Cabral (FDC), essa é a melhor colocação do país desde 2021. Os resultados foram apresentados em coletiva à imprensa nesta segunda-feira (16/6).
O relatório aponta que a melhora brasileira está relacionada a avanços em áreas como desempenho econômico e eficiência empresarial. O país se destacou em indicadores como o fluxo de investimento direto estrangeiro, em que aparece na 5ª colocação mundial, e o crescimento de longo prazo do emprego, em 7º lugar. Também ocupou boas posições em subsídios governamentais (5º), atividade empreendedora em estágio inicial (8º) e uso de energias renováveis (5º).
Apesar da melhora no desempenho econômico, que levou o Brasil à 30ª colocação nesse fator, o país ainda enfrenta sérias dificuldades em outras áreas analisadas pelo ranking. Em eficiência governamental, por exemplo, ocupa a 68ª posição, enquanto em eficiência empresarial está em 56º e, em infraestrutura, em 58º lugar.
Veja os principais desafios do Brasil:
- Custo de capital e dívida corporativa – dificuldades no acesso a crédito (68º lugar).
- Educação básica e habilidades linguísticas – último lugar em qualidade da educação primária e secundária (69º) e também em proficiência em idiomas.
- Mão de obra qualificada e produtividade – entre os piores colocados.
- Baixa inserção internacional – desempenho fraco em exportações de serviços (67º) e receitas de turismo (66º).
- Ambiente regulatório – entraves burocráticos e insegurança fiscal comprometem a competitividade.
Ainda conforme o relatório, entre os principais entraves à competitividade brasileira estão: o alto custo de capital e a elevada dívida corporativa, que limitam o acesso ao crédito e dificultam o investimento. Como sugestão para melhora dos indicadores a curto prazo, o diretor do núcleo de inovação, inteligência artificial e tecnologias digitais da Fundação Dom Cabral, Hugo Tadeu, sugere: “reduzir o custo de capital no Brasil, isto é, simplificar impostos, carga tributária e regras. O ambiente de negócios precisa ser mais amigável para as empresas. Além disso, é preciso formar gente altamente qualificada para um ambiente de conhecimento, menos centrado na produção."
Outro ponto de atenção no levantamento é a limitada inserção internacional da economia brasileira. O país ainda apresenta baixo desempenho em exportações de serviços e receitas de turismo, além de manter uma proporção reduzida entre comércio e PIB. O ambiente regulatório também é considerado desfavorável, marcado por burocracia, insegurança fiscal e barreiras comerciais.
Segundo a FDC, a competitividade vai além de indicadores econômicos tradicionais. Envolve também fatores como estabilidade institucional, educação de qualidade, inovação, digitalização e políticas públicas de longo prazo. “Nesse sentido, o avanço do Brasil no ranking representa uma sinalização positiva, mas reforça a necessidade urgente de reformas estruturais para que o país possa competir em igualdade com outras economias globais.”
Destaques do ranking:
Top 5:
Suíça (1º)
Singapura (2º)
Hong Kong (3º)
Dinamarca (4º)
Emirados Árabes Unidos (5º)
Últimos colocados
Nigéria (67º)
Namíbia (68º)
Venezuela (69º)