O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta terça-feira (17) a compra de uma fatia do Master pelo banco estatal BRB (Banco de Brasília). A operação depende agora do aval do Banco Central.
No último dia 13/06, o BRB havia entregue ao Banco Central documentos pendentes referentes à compra dessa fatia do Banco Master. A autarquia agora vai analisar os dados de forma mais aprofundada para decidir se aprova a operação.
Os documentos são entregues dois meses e meio após o banco estatal anunciar o acordo com o Master e servem para completar informações demandadas pelo BC. De acordo com os envolvidos, somente a parte boa (chamada de "good bank", ou banco bom) é alvo da compra.
O anúncio de venda ao BRB foi feito em 28 de março. De acordo com o comunicado aos investidores, o acordo envolve uma fatia de 58% da empresa a ser comprada. O acordo gerou uma onda de repercussões nos bastidores do setor. Os principais bancos do país se envolveram na discussão, em meio a comentários sobre o reflexo da situação do Master para o restante do mercado.
O presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou no fim de abril, no entanto, que não via risco. "A gente se sente bastante confortável em dizer que, como mostra o relatório [de estabilidade financeira, divulgado no dia], não há nenhum tipo de ameaça do ponto de vista sistêmico", afirmou quando questionado sobre o Master.
"O sistema financeiro está absolutamente sólido no Brasil e, no momento, a confiança dele está bastante clara nas indicações", disse. "Não temos nenhum tipo de indício ou preocupação do ponto de vista sistêmico para o sistema financeiro nacional."
A operação gerou contestações de parlamentares de oposição ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). O Ministério Público chegou a obter uma liminar para impedir que as duas partes assinassem o contrato definitivo.
Depois disso, a Justiça derrubou a liminar interpretando não haver urgência real ou risco de dano irreparável, já que haveria justamente uma análise técnica dos órgãos reguladores após a assinatura do negócio.