A Nexa Resources, uma das principais produtoras de zinco do mundo, que faz parte do grupo Votorantim, deu um novo passo para alcançar sua meta de substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis. A empresa, junto com outros 10 parceiros, assinou um memorando de entendimento setorial por emissões zero de CO2e no longo prazo. O acordo setorial estabelece que as mineradoras signatárias compartilhem desafios comuns e colaborem no desenvolvimento de ações conjuntas, visando impulsionar oportunidades sustentáveis para todo o setor.
Uma das cinco maiores mineradoras de zinco do mundo, a Nexa, que dentre seus pilares estratégicos inclui a vertente ESG (do inglês, Environmental, Social and Governance), opera com um modelo de inovação global e aberta, pautado pela colaboração com universidades, centros de pesquisa, hubs de inovação, startups e empresas consolidadas. A Nexa destina anualmente investimentos da ordem de US$ 8 milhões em iniciativas voltadas à inovação, pesquisa e desenvolvimento.
"A empresa mantém os compromissos de ESG para reduzir em 20% as emissões de efluentes diretos (escopo 1), o que representa evitar que 52 mil toneladas de CO2 equivalente sigam para a atmosfera até 2030. Também pretende alcançar a neutralidade de emissões até 2040 e chegar ao nível zero de emissões líquidas até 2050, em conformidade com o Acordo de Paris, tratado internacional para a diminuição de Gases do Efeito Estufa (GEE)", informou.
O inventário de emissões da Nexa, realizado segundo a metodologia GHG Protocol, aponta que a empresa possui uma das menores pegadas de carbono registradas no setor, com intensidade de emissão de 0,36 toneladas de CO2 equivalente, incluindo escopos 1 e 2 (emissões indiretas do consumo de eletricidade) por tonelada de zinco e óxido de zinco vendidos. Atualmente suas emissões nestes dois escopos são aproximadamente nove vezes menores do que a média global do setor de zinco. Por conta do compromisso de descarbonização, a Nexa registra as emissões de carbono na LMEpassport, plataforma da Bolsa de Metais de Londres que promove sustentabilidade e transparência no setor de metais básicos.
"Além disso, a mineradora participa de discussões com a International Zinc Association (IZA) sobre o desenvolvimento de diretrizes industriais. O objetivo é padronizar as categorias relevantes no escopo 3 (emissões indiretas, oriundas da cadeia de valor da empresa), uma vez que estas forem estabelecidas. A necessidade de reduzir a pegada de carbono tem impulsionado a Nexa a desenvolver e implementar projetos inovadores voltados à incorporação de combustíveis com menor impacto ambiental em seus processos produtivos. Atualmente, fontes renováveis representam 70% da matriz energética da empresa, resultado alcançado por meio da utilização de biomassa e outras fontes de energia renovável, que substituem gradativamente os combustíveis fósseis", completou.
Uma das iniciativas de destaque para a descarbonização é registrada na unidade metalúrgica de Três Marias, no Noroeste de Minas Gerais. Nesta planta, a Nexa é pioneira no uso de bio-óleo para a produção de óxido de zinco. Trata-se de um biocombustível, que vem sendo utilizado gradativamente em seus fornos. A substância é proveniente da biomassa de eucalipto convertida em alcatrão vegetal, produto da indústria de carbonização de madeira que serve, entre outras, à indústria siderúrgica.
O estudo conceitual do bio-óleo e experimento piloto para o seu uso foi iniciado em 2017. A partir de 2021 já era realizado o teste industrial. Em 2025, 12 fornos foram convertidos para o uso do bio-óleo e estão em processo de ramp-up (aceleração) para operação contínua. A conversão dos demais 35 fornos está contemplada no portfólio de investimentos de longo prazo, com previsão de conclusão até 2030, com uma redução potencial de até 25 mil toneladas anuais de CO2e.
Um outro exemplo adotado pela empresa, como reforço para alcançar o objetivo da descarbonização, tem o endereço da unidade de Juiz de Fora, Zona da Mata mineira. É lá que a empresa pretende implementar um combustível biogênico sólido, derivado do carvão vegetal, chamado biobriquete, em substituição ao coque de petróleo. O produto já passou por um primeiro teste industrial em 2023 e se mostrou tecnicamente viável. Agora está em desenvolvimento conjunto com a start-up WXO, parceira da Nexa, para um possível escalonamento e uso contínuo em nível comercial. Em 2024, a start-up obteve um investimento para construir uma biorefinaria piloto na qual irá desenvolver efetivamente o biobriquete para uso em larga escala pela Nexa nos próximos anos. O desenvolvimento dos briquetes almeja a redução de até 25 mil toneladas anuais de CO2e e está aliado à competitividade econômica para a diversificação da matriz energética por fontes biogênicas.