O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) informou, nesta segunda-feira (21/7), que está planejando o envio de uma missão aos Estados Unidos para discutir uma alternativa à taxa de 50% aplicada por Donald Trump às exportações brasileiras. O assunto foi tratado em reunião com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. 

Segundo comunicado do Ibram, a decisão de enviar uma missão de empresários aos EUA foi bem avaliada e apoiada por Alckmin. O objetivo é que a comitiva brasileira estabeleça diálogo com representantes de mineradoras e empresas norte-americanas. “Seria um apoio importante aos negociadores do governo brasileiro. Uma vez que o Brasil importa minérios e equipamentos pesados dos EUA, este é um assunto que interessa às empresas norte-americanas”, diz o Ibram. 

Os detalhes da agenda ainda serão discutidos, segundo o Ibram, para alinhar a estratégia da missão em Washington. O grupo pretende se reunir não somente com empresários, mas também com representantes do governo Trump e do parlamento norte-americano. Não se sabe, ainda, se outros setores econômicos vão integrar a comitiva. Durante a reunião, segundo o Ibram, o presidente do instituto, Raul Jungmann, demonstrou preocupação com uma eventual reciprocidade tarifária por parte do governo brasileiro. 

“Uma possível sobretaxação de importação de máquinas, por exemplo, prejudicaria a competitividade das mineradoras que atuam no Brasil. Atingiria a aquisição de equipamentos de maior porte, tais como caminhões acima de 100 toneladas de capacidade de carga, escavadeiras e carregadeiras para estes caminhões, moinhos e outros equipamentos de grandes dimensões, com elevação de custos da ordem de US$ 1 bilhão por ano”, completa o Ibram. 

O assunto foi debatido junto a representantes de empresas como Anglo American, AngloGold Ashanti, ArcelorMittal, Bamin, Belo Sun, BHP, CBMM, Cadam, Companhia Nacional de Grafite, Ero Brasil, Galvani Fertilizantes, Hydro, Kinross, Nexa Resources, Samarco, Serra Verde e Vale. 

No encontro, Alckmin informou ao setor que a União dará preferência ao diálogo com o governo norte-americano para conseguir, ao menos, uma dilatação do prazo, de até 90 dias, para início de vigência das tarifas. A determinação de Donald Trump é que a cobrança seja efetivada a partir de 1º de agosto. “Alckmin afirmou na reunião que considera a atual situação um “perde-perde para ambos os países”, e que espera convencer os EUA sobre esse risco à relação histórica entre as duas nações”, complementa o instituto.