A celulose ficou fora da taxação de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros. O setor é estratégico e atuou, junto ao governo brasileiro e a escritórios especializados nos EUA, para demonstrar a importância do mercado norte-americano para seus negócios. Uma das maiores fabricantes de celulose de eucalipto do mundo, a Cenibra (Celulose Nipo-Brasileira), instalada em Belo Oriente, no Vale do Rio Doce, acompanha os desdobramentos do tarifaço.
Em nota enviada a O TEMPO, a empresa afirma que “a exclusão não gera conforto, pois entendemos que a tarifação impacta a dinâmica do mercado mundial e outros setores da economia brasileira”. O tarifaço passa a vigorar a partir da próxima quinta-feira (7/8).
“Seguimos em apoio às iniciativas das entidades de classe que representam o nosso setor e manteremos os nossos planos de investimentos e produção com foco em eficiência, sustentabilidade e atendimento aos mercados estratégicos”, acrescenta a Cenibra no comunicado.
Em 2024, o país exportou 18,5 milhões de toneladas de celulose, segundo a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá). Desse total, 2,8 milhões de toneladas tiveram como destino os Estados Unidos, incluindo 1,8 milhão de toneladas de celulose de eucalipto, produto desenvolvido sob medida para atender às exigências específicas dos clientes norte-americanos.
Ibá também se manifesta
Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar o decreto do tarifaço na última quarta-feira (30/7), a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) também se posicionou. Em nota, o presidente da associação, Paulo Hartung, ressaltou que o setor de árvores cultivadas para fins industriais e de restauração “faz votos de que sejam em breve restabelecidos os históricos padrões de relacionamento comercial entre o Brasil e os EUA”.
Hartung também destacou que a celulose de fibra curta à base de eucalipto é uma matéria-prima não produzida nos Estados Unidos e enalteceu a parceria comercial entre os dois países.
“Ao longo de décadas, produtores brasileiros e importadores norte-americanos desenvolveram, por exemplo, tipos de celulose adaptados, em termos de qualidade técnica, às exigências dos seus clientes para itens de primeira necessidade do consumidor local, como papel higiênico, guardanapo e toalha de papel, entre outros”, disse o presidente da Ibá.