O agronegócio mineiro exportou US$ 11,4 bilhões, no acumulado de janeiro a julho deste ano. Isso significa um crescimento de 17% em relação ao mesmo período de 2024, quando o montante havia sido de US$ 9,8 bilhões. Com esse resultado, Minas é o terceiro maior estado exportador, respondendo por 12% da receita do agro nacional. Já o volume embarcado somou 10,2 milhões de toneladas, com redução de 8,4%, na comparação com os meses de janeiro a julho do ano anterior. Os dados são da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
O café, carro-chefe das exportações mineiras, alcançou US$ 6,2 bilhões, 54% da receita do agro. Mesmo com queda no volume exportado, o valor representa um salto de 56,4% na receita em relação a 2024, resultado da escassez global do produto e da demanda de parceiros tradicionais, o que levou a preços recordes.
Conforme a secretaria, o café é um dos mais de 580 diferentes produtos agropecuários mineiros que foram enviados para 171 países, com destaque para a China (25,5%), Estados Unidos (11,6%), Alemanha (8%), Itália (5,2%) e Japão (4,7%).
A expansão da receita, no geral, teria sido influenciada pela valorização do preço médio dos produtos, segundo avaliação da assessora técnica da Seapa, Manoela Teixeira. “Esse desempenho ganha ainda mais relevância diante de um cenário internacional adverso, marcado pela imposição de novas tarifas comerciais pelos Estados Unidos, pela volatilidade cambial e por ajustes nos fluxos logísticos globais, que têm pressionado custos e exigido maior resiliência dos exportadores”, complementa.
Tarifaço
De acordo com o levantamento, em relação aos Estados Unidos, ainda não foram identificados impactos relevantes das recentes tarifas aplicadas, dada a fase inicial da implementação das medidas.
“Minas Gerais permanece como o segundo maior estado exportador de produtos agropecuários para o mercado norte-americano, sustentando o maior valor já registrado de US$ 1,3 bilhão, com destaque para café, carne bovina, derivados animais, álcool, celulose e produtos alimentícios diversos”, analisa Manoela Teixeira. A expectativa é de que os efeitos se manifestem de forma diferente para cada produto.
Outros produtos
De acordo com o levantamento, o setor de carnes (bovina, suína e frango) apresentou crescimento tanto no valor quanto no volume, puxado pelo bom desempenho da carne bovina. A receita de todo o segmento alcançou US$ 1 bilhão no período, com crescimento de 16,8%. Já o volume total ficou em 284 mil toneladas, registrando aumento de 3%.
Já o complexo soja (grãos, óleo e farelo) registrou US$ 2,2 bilhões com o embarque de 5,5 milhões de toneladas e queda de 16,5% e 8,2%, respectivamente.
No setor sucroalcooleiro, o volume chegou a 2,1 milhões de toneladas, totalizando US$ 970 milhões, com queda de 22% na receita.
Nos produtos florestais, as vendas somaram US$ 586 milhões, com queda de 17% e volume embarcado de 972 milhões de toneladas.
E os produtos apícolas totalizam US$ 17 milhões e crescimento de 60% no valor. As frutas tiveram o melhor desempenho já registrado, atingindo US$ 11 milhões e 7 mil toneladas e crescimento de 48,4% em valor e 38,2% em volume.