A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) emitiu nota, nesta quarta-feira (20), em que demonstra preocupação sobre a ampliação das tarifas cobradas pelos Estados Unidos sobre produtos de aço e alumínio brasileiros. A medida inclui cerca de 407 itens de consumo e foi adotada no âmbito da política comercial global norte-americana, ou seja, não é uma determinação específica contra o Brasil.
De acordo com a entidade, a lista anunciada corresponde a aproximadamente 10% das exportações do Brasil para os Estados Unidos entre 2020 e julho de 2025, e a 3% das exportações mineiras.
“O setor siderúrgico brasileiro já figura entre os mais atingidos pela política tarifária dos EUA e, em Minas Gerais, a siderurgia é estratégica para a pauta exportadora do Estado. Estudo de Impacto Econômico elaborado pela Federação já apontava perdas relevantes em termos de exportações e faturamento”, afirma a Fiemg.
Veja a nota na íntegra:
“A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) acompanha com atenção a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de ampliar a lista de produtos classificados como derivados do aço e do alumínio, que passam a estar sujeitos à tarifa de 50%, proporcional ao conteúdo desses insumos. A medida inclui cerca de 407 itens de consumo e foi adotada no âmbito da política comercial global norte-americana, não se configurando como ação bilateral específica contra o Brasil.
Ainda assim, a FIEMG manifesta preocupação diante do impacto da decisão. O setor siderúrgico brasileiro já figura entre os mais atingidos pela política tarifária dos EUA e, em Minas Gerais, a siderurgia é estratégica para a pauta exportadora do Estado. Estudo de Impacto Econômico elaborado pela Federação já apontava perdas relevantes em termos de exportações e faturamento.
A extensão da tarifa a produtos que utilizam aço e alumínio como insumos acentua a apreensão, pois amplia os efeitos negativos sobre outros setores exportadores. A lista anunciada corresponde a aproximadamente 10% das exportações do Brasil para os Estados Unidos entre 2020 e julho de 2025, e a 3% das exportações mineiras. Ressalta-se, contudo, que mais da metade desses produtos já eram tarifados em 50% nas vendas brasileiras, embora não sofressem as mesmas restrições em outros mercados.
Nesse contexto, a FIEMG considera essencial acompanhar os efeitos sobre setores estratégicos, como o automotivo, que já enfrenta tarifas de 25% e pode ter determinados itens, como autopeças, enquadrados na nova tarifa de 50%.
A Federação reitera sua preocupação de que a medida vá além da siderurgia, afetando de forma significativa outros segmentos relevantes para a economia mineira e nacional, em um cenário já desafiador no comércio internacional”.