A lista de produtos negociados por Minas Gerais com os Estados Unidos, que não foram contemplados na lista de isenções feita por Donald Trump, representa 63% da pauta exportadora do Estado. O dado foi complicado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em estudo divulgado nesta terça-feira (5/8).
A pesquisa mostrou que mais de 172 mil empregos podem ser eliminados na economia mineira, em função do tarifaço de 50% a insumos brasileiros. A alíquota entra em vigor nesta quarta-feira (6/8) e pode levar a uma perda de até R$ 110 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em um intervalo de cinco a dez anos.
Em Minas, a perda será de R$ 4,7 bilhões, até 2027, e pode chegar a R$ 15,8 bilhões em um cenário de uma década, de acordo com a Fiemg. No período a curto prazo, a siderurgia e o setor de aço sem costura serão os mais afetados, com uma retração de 8,26%.
“O segmento é muito representativo no estado tanto na quantidade produzida, quanto na exportação. Cabe destacar que, embora alguns produtos do setor de ferro-gusa e ferroligas tenha sido incluídos na isenção das tarifas, uma grande parcela dos produtos da siderurgia seguem inclusos na taxação, a destaque do aço”, argumentou a Fiemg.
Seguindo a tendência nacional, a indústria de fabricação de produtos de madeira será a segunda mais impactada. “A grande maioria de seus produtos, sobretudo aqueles destinados à construção, não foram isentos e possuem forte participação na pauta exportadora mineira”, complementou a federação. A entidade avaliou que dos 15 setores mais afetados, 11 são da indústria de transformação.
O cenário indica que a indústria mineira tende a ser fortemente afetada pela imposição das tarifas americanas. “As isenções de cerca de 37% dos produtos mineiros exportados não impedem um efeito adverso sobre Minas Gerais”, acrescentou.
Café lidera exportações
No estudo, a Fiemg mostrou que o café, dentre os produtos tarifados, lidera as exportações mineiras aos Estados Unidos, com cerca de 33% do total. No ano passado, o valor da bebida negociada aos EUA somou US$ 1,5 bilhão.