Vanguarda

AngloGold Ashanti praticou a eficiência e colhe resultados

Maior produtora de ouro do país, mineradora fez ajustes antes da crise e agora vê oportunidades

Por Helenice Laguardia
Publicado em 17 de junho de 2015 | 03:00
 
 
 
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Enquanto uns acham que crise é oportunidade para descobrir como ganhar eficiência, o CEO para as Américas da AngloGold Ashanti, maior produtora de ouro do Brasil e uma das maiores do mundo, Hélcio Guerra, não precisa se preocupar tanto com isso agora. É que há cerca de dois anos e meio, quando todos viviam a euforia da bonança do mercado, Guerra preparou seu exército com redução de custos e aumento da produtividade para viver os tempos desafiadores da atualidade. Antecipar-se assim é para poucos. E Guerra é um deles.

Confiante, ele conta que a mineradora está bem e não freou diante da crise. “A verdade é que tive uma felicidade muito grande em fazer os ajustes há dois anos e meio, antes do resto, e agora estou enxergando oportunidades”, explica o executivo, que recebeu o prêmio “É Assim que se Faz”, durante o Conexão Empresarial Araxá, promovido pela VB Comunicação no Tauá Grande Hotel.

Para deixar a empresa robusta, Guerra começou a olhar as questões de eficiência e custos antes de todos. “Passamos (o Brasil) por um ciclo de crescimento, e no crescimento todo mundo esquece a eficiência”, admite. Por isso, a saída encontrada por Guerra foi trabalhar com a inovação – na produção, no beneficiamento e produtividade –, não só cortando cabeças com as demissões no quadro de pessoal. “Cortar cabeças é uma coisa fácil de fazer, mas a inovação salva cabeças”, ensina.

No Brasil. Com sede em Joanesburgo, na África do Sul, a AngloGold Ashanti tem 20 operações em dez países. No Brasil, com sede em Nova Lima (MG), as unidades da mineradora ficam em Sabará e Santa Bárbara e em Crixás (GO). Está produzindo quase 600 mil onças de ouro por ano, sendo que cada onça tem 31,1 g. “Essa produção dá R$ 2 bilhões, e isso é mais ou menos a mesma coisa de 2015. Tirando o câmbio, talvez pode melhorar para a gente”, informa.

A empresa vende o ouro para bancos que, de acordo com Guerra, são instituições que geralmente têm arranjos financeiros como mercado, porque o ciclo de produção do ouro é uma coisa, mas o ciclo de produção da joia é um valor agregado bem maior. “Aí, os bancos dão um suporte para esse mercado de joias”, explica.

Com 6.088 empregados entre diretos e indiretos no Brasil, Guerra explica que a empresa está preparada para um próximo ciclo. “Queremos ser maiores ainda”.

Se outras companhias estão vivenciando queda no faturamento, Guerra diz que, no caso da AngloGold Ashanti, isso não vai acontecer. “Somos um ponto fora da curva, quero olhar para a frente”. Agora, é trabalhar melhor ainda do que está e, de acordo com Guerra, enxergar em cada momento as oportunidades que tem e congregar seu time para isso.

“Eu tenho uma intenção de, no curto prazo, nos próximos dois anos, fazer uns 10% a 15% a mais (na produção)”, revela. É possível também, para Guerra, pensar numa expansão do negócio no Brasil, o que depende de decisões do acionista lá fora.

História
Empresa
. No século XIX, a inglesa Saint John Del Rey Mining Company deu início à exploração de ouro em Nova Lima (MG). Mais de 170 anos depois, o patrimônio minerador passou a ser controlado pela AngloGold.

Prêmio é sinal de responsabilidade ambiental

Há sete anos no cargo de CEO das Américas da AngloGold Ashanti, Hélcio Guerra conta que adora o que faz. “Tem que fazer resultados e pessoas felizes”, resume o executivo, diante da cobrança do cargo.

Enquanto segura o Prêmio É Assim que se Faz recebido no Conexão Empresarial Araxá, da VB Comunicação no último sábado, Guerra olha para o objeto e diz que, para um minerador, ele quer dizer responsabilidade ambiental. “O mais interessante é receber um prêmio desse de responsabilidade ambiental numa atividade que consome recurso natural”.

Independentemente de qualquer coisa, Guerra conta que é um otimista por natureza. “No país estamos precisando de um pouco mais de congregação de esforços para ultrapassar esse pessimismo”, conclui.

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