A fábrica da Cauê em Pedro Leopoldo, responsável pela produção de todo o cimento branco do grupo Camargo Corrêa, retoma hoje a operação do forno de cimento cinza. A recuperação econômica do país, conjugada a um crescimento acelerado do consumo de cimento - 44,6 milhões de toneladas em 2007, com 9,3% de aumento ante 2006 - impulsionado pelo boom da construção civil obrigaram a holding a reativar o forno, fechado em maio de 2005.
Após investimentos de R$ 20 milhões e criação de cem novas vagas, o forno terá capacidade para processar 2.200 toneladas diárias de clínquer, um composto de calcário e argila utilizado na produção do cimento. A produção anual pode representar até 1,7 milhão de toneladas para abastecer o mercado de Minas Gerais com 600 mil toneladas, além do Centro-Oeste. Em cerimônia realizada ontem na fábrica, o presidente do conselho de administração, José Édison Barros Franco, afirmou que a reabertura é o primeiro passo de um desafio maior de investimentos no Brasil: R$ 4 bilhões nos próximos cinco anos, para acompanhar o crescimento do consumo de cimento no país.
No mercado nacional, a Camargo Corrêa planeja abrir duas novas fábricas nas regiões Norte e Centro-Oeste, além de um aporte de R$ 650 milhões, dos quais R$ 50 milhões serão para Minas Gerais, para aumentar a produção nas quatro plantas industriais da Cauê - Apiaí (SP), Bodoquena (MS) e Ijaci (MG), além de Pedro Leopoldo, nos próximos dois anos.
O desafio até 2012 é mais do que duplicar a produção, chegando a 20,5 milhões toneladas anuais de cimento, para posicionar o grupo entre os 20 maiores produtores mundiais do setor. "Neste mercado em que as empresas atuam cada vez mais em escala global, é fundamental crescer", avalia.
Barros Franco aposta num crescimento de 7% no consumo de cimento este ano, no Brasil. O executivo acredita que pode haver uma pequena queda no preço do cimento para o consumidor, dada a oferta e a procura. "Houve uma recuperação do preço no ano passado e as empresas não estavam preparadas para a demanda, mas os preços praticados hoje ainda são inferiores a 2003", pondera.
A todo vapor
A retomada da construção no país está mesmo dando novo gás às cimenteiras. A Cimentos Liz, que anunciou nesta semana a compra de dois moinhos de cimento com capacidade superior a 2 milhões de toneladas por ano, está investindo - com recursos próprios - R$ 170 milhões.
A meta é saltar das atuais 1,8 milhão de toneladas por ano para 3,5 milhões. No final desse projeto está a recuperação dos 50% de participação no mercado, dissipados entre o período de 1995 e 2004. A empresa também não descarta a construção de outra fábrica. "Estamos de olho em todas as oportunidades", disse o diretor de projeto e desenvolvimento do grupo, Zeno del Carlo.
Imóveis
Além das fábricas de cimento, a Camargo Corrêa vai investir este ano, como incorporadora, em quatro empreendimentos imobiliários em Belo Horizonte. São projetos condominiais em parceria com construtoras locais na região do Vetor Norte e Vetor Sul, como informa Eduardo de Camargo e Silva, superintendente regional. (Com Frederico Damato)
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