A participação do Brasil no comércio internacional ainda traz algumas recordações de como era o comércio tupiniquim no seu período colonial: continua, majoritariamente, como exportador de matérias-primas e importador de produtos elaborados. Essa leitura fica notória quando analisada a balança comercial do país com os Estados Unidos. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que café cru, açúcar e madeira, exportados já no período do Brasil Colônia, ainda ocupam a lista dos produtos mais vendidos pelo país aos Estados Unidos.
É verdade que têm aumentado os embarques de produtos de alta tecnologia, como aviões e softwares, mas ainda constituem a minoria desse comércio bilateral. Em contrapartida, o Brasil importa de lá nada menos que motores e turbinas de avião, medicamentos, peças de helicóptero e máquinas automáticas para processamento de dados. "Em síntese, exportamos o aço e importamos máquinas e equipamentos (feitas com ele)", destaca o gerente do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Carlos Abjaodi.
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Levantamentos da indústria cafeeira revelam que o beneficiamento do café triplica o seu valor nas vendas internacionais. O mesmo pode-se dizer da exportação do aço galvanizado (de alto valor agregado), ou já como componente de automóveis e aviões. "O país tem que mudar a sua cultura de exportar commodities", completa Abjaodi. (FD)