Mal-mal acabou o período de festas de fim de ano e o Carnaval já está “batendo na porta”. Com tempo curto para tirar o Papai Noel da vitrine e substituir por um manequim com maiô de paetê, lojistas correm para dar conta da demanda do Carnaval, que acontece daqui a três semanas. A expectativa dos empresários com lojas dedicadas a fantasias e afins em Belo Horizonte é vender até 40% a mais do que no ano passado, quando a festividade foi retomada após a pandemia da Covid-19.

Na Endossa, localizada na Savassi, uma loja colaborativa que vende itens de diversos pequenos produtores locais de acessórios e fantasias, a aposta maior está nas feirinhas, que acontecem na porta do estabelecimento nos três sábados que antecedem o evento. A loja espera um movimento de cerca de 500 pessoas por dia nas feiras e um aumento nas vendas de 30% a 40% em relação ao Carnaval de 2023.

“A gente tem uma calçada recuada e consegue abrigar aqui por volta de 13 a 15 marcas que estão de fora da loja”, conta Bárbara Magalhães, franqueada da Endossa. “A gente faz duas curadorias: chamamos algumas marcas da loja para exporem aqui fora e convidamos outras marcas que não fazem parte do nosso espaço fixo para também poderem participar. Nossa intenção com essas feirinhas é dar espaço para esses produtores, ter a maior diversidade possível de produtos e fazer um preço acessível”, diz.

Localizada na Savassi, a Endossa conta com itens variados, o que, segundo Bárbara, faz com que muitas pessoas que entram para comprar coisas de Carnaval acabem também levando outros produtos. “É muito engraçado porque isso respinga em várias marcas que não têm nada a ver com o Carnaval. Já vendi peças de prata no meio da feirinha de carnaval”, exemplifica.

Para Bárbara, é muito interessante ver o quanto o belo-horizontino se envolve com a festividade. “A gente percebeu que as pessoas entram muito no clima do Carnaval e elas não querem repetir roupas. Não querem ir basiquinhas, elas querem se montar inteiras. Então eu faço vendas aqui de R$ 600 para uma mesma pessoa”, comenta. Por lá, as peças que “bombam” são as hot pants (calcinhas coloridas de cintura alta, tipo sunquíni).

Fantasias e muito glitter

Já na Casa Carnaval, que carrega o nome da festa, a expectativa também é das melhores. A loja, que fica aberta todos os dias de Carnaval, aposta em um esquema especial de funcionamento e na contratação de funcionários temporários - chegando a triplicar a equipe de vendedores e seguranças. A empresa, que vende desde glitter e acessórios até fantasias variadas, espera superar em 30% as vendas de 2023.

Segundo Wallace Fernandes, diretor da loja, este ano está sendo uma “correria” para virar a loja e começar a descer do estoque os itens de Carnaval. Para ele, o tempo curto entre o Réveillon e o Carnaval deve fazer as pessoas comprarem as coisas de última hora. “Ano passado foi mais tranquilo porque as pessoas anteciparam suas compras, mas este ano estamos com um mês muito corrido”, diz.

Wallace conta ainda que deixa à disposição todos os tipos de fantasias possíveis, inclusive as que são pensadas para outras épocas do ano, como Festa Junina e Halloween. “Às vezes a pessoa entra e pergunta: ‘para que você pôs coisa de Festa Junina aí?’ Porque tem blocos que têm nomes específicos, têm temáticas, como o Bloco Fúnebre, que vai para o lado do Halloween, por exemplo. Eu não tiro a temática toda para o estoque”, conta.

A sensação de tempo curto para as compras de Carnaval também é sentida pelo proprietário da loja de utilidades Gujoreba, Gustavo Batista. “Neste ano [o Carnaval] vai ser no início de fevereiro. Então, a gente sai do Natal muito em cima, tem que trocar a loja toda, preparar, fazer a troca de produtos. Isso fica um pouco corrido mesmo”, diz.

A expectativa da loja é crescer em vendas de Carnaval cerca de 5% a 10% em relação ao ano passado. Gustavo pontua que a festa em Belo Horizonte está se tornando um dos melhores do país, com turistas vindos não só do interior de Minas Gerais, como também de outros estados. “A gente tem visto cada vez mais turistas na cidade. Então, todos os anos, a gente investe em produtos novos. Eu trabalho com uma gama grande de fantasias, por exemplo”, diz.

Por lá, também acontece movimento parecido com a Endossa. Muitos foliões entram pensando em Carnaval e acabam adquirindo ainda outro produto aleatório, o que acaba aquecendo também as vendas gerais da loja. “A gente vende copo para eles beberem na rua, vende guarda-chuvas e vende até lembrancinha, porque, às vezes, o pessoal de fora quer levar um presente para um parente”, exemplifica. “Dos produtos carnavalescos, a campeã de vendas é a saia de tule”, revela.

Além do investimento nos produtos, Gustavo conta que ainda deve contratar funcionários temporários para trabalhar nas lojas no período. A Gujoreba tem três unidades na região da Savassi e as três devem ficar abertas durante o período de Carnaval.