No lugar de Mantega

Dilma estuda três nomes para Ministério da Fazenda

Presidente do Bradesco recusou convite; Nelson Barbosa foi chamado para conversa em Brasília e anúncio deve ser feito ainda nesta sexta

Por Da redação
Publicado em 21 de novembro de 2014 | 11:54
 
 
 
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O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, recusou o convite para substituir Guido Mantega no Ministério da Fazenda. Em conversa com a presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada, Trabuco disse sentir-se "honrado" com a oferta, mas alegou compromissos à frente do Bradesco.

A recusa representou mais um desgaste para Dilma, que não consegue definir quem vai dirigir a principal área do governo num momento de turbulência econômica e crise política. Um executivo disse à reportagem que o pedido de Dilma chegou a ser "agressivo". Ele, porém, está sendo preparado para o lugar de Lázaro Brandão, presidente do conselho de administração do banco, e foi com essa justificativa que Trabuco decidiu permanecer no Bradesco.

Diante do "não" do presidente do Bradesco, porém, Dilma se encontrou nesta quinta-feira (20) com o economista Nelson Barbosa, que foi secretário executivo do Ministério da Fazenda e é cotado para assumir a vaga de Mantega. Colaborador do Instituto Lula, Barbosa deixou o ministério em junho do ano passado porque entrou em choque com o secretário do Tesouro, Arno Augustin. Agora, porém, Dilma deve tirar Arno do Tesouro e há quem diga que ele será transferido para a Itaipu Binacional.

Barbosa foi chamado para uma conversa com a presidente em Brasília nesta sexta-feira (21), segundo a "Folha de S.Paulo". O anúncio do novo ministro deve acontecer ainda nesta sexta, após o fechamento do mercado, no fim da tarde.

Outros dois nomes

O ex-secretário do Tesouro Joaquim Levy, hoje administrador do Fundo do Bradesco, também é citado para ocupar a Fazenda. A presidente e a cúpula do PT, no entanto, têm resistências ao "conservadorismo" de Levy. Ele esteve no comando do Tesouro durante o primeiro mandato de Lula. Depois, foi secretário da Fazenda do Rio, na gestão de Sérgio Cabral.

Segundo a "Folha de S.Paulo", Alexandre Tombini, atual presidente do Banco Central, seria uma terceira alternativa, embora haja rumores de que ele já tenha sido convidado a permanecer à frente do BC, com a missão de levar a inflação para o centro da meta (4,5% ao ano) até 2016.

Desgaste 

A presidente corre contra o tempo para produzir uma agenda positiva que se contraponha ao desgaste da Operação Lava Jato, a investigação da Polícia Federal responsável por desbaratar um esquema de corrupção na Petrobras.

No fim da tarde de quinta-feira, após sair do velório do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, a presidente e o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, tiveram nova reunião para a montagem do ministério, em São Paulo.

A escolha de um ministro da Fazenda afinado com o mercado é considerada fundamental para Dilma dar um sinal de que, no segundo mandato, terá uma política econômica mais ortodoxa, mesmo sem fazer o ajuste fiscal necessário para equilibrar as contas públicas. Barbosa, porém, não tem exatamente esse perfil.

Em mais uma reunião reservada com Dilma, na terça-feira à noite, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a ela que, se dependesse de sua opinião, o sucessor de Mantega seria o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles. Dilma, no entanto, avalia que Meirelles é independente demais para o que ela deseja. 

Atualizada às 12h32

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