Diplomacia

Dólar opera em alta em meio à visita de Pelosi a Taiwan e tensão com a China

Governo chinês alertou EUA sobre consequências desastrosas caso seja contrariado na visita da presidente da Câmara dos Representantes norte-americana

Por O Tempo
Publicado em 02 de agosto de 2022 | 10:34
 
 
 
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O dólar opera em alta alinhado ao exterior. Os investidores ajustam posições compradas na moeda, acompanhando a tendência de valorização no exterior em meio a tensões geopolíticas entre EUA e China, com a visita programada da presidente da Câmara dos Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, a Taiwan. Às 9h23 desta terça, o dólar à vista subia 0,48%, a R$ 5,2017. O dólar para setembro ganhava 0,13%, a R$ 5,2450.

O porta-voz do ministério de Relações Exteriores chinês, Hua Chunying, disse em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 2 que os EUA poderão enfrentar "consequências desastrosas", caso contrariem a China em relação à viagem da presidente da Câmara dos Representantes a Taiwan. "Não importa por qual motivo Pelosi vá para Taiwan, será uma aposta estúpida, perigosa e desnecessária", disse Hua. "É difícil imaginar uma ação mais imprudente e provocativa", completou. Pequim considera Taiwan parte de seu território que deve ser reunificado, inclusive pela força se necessário, e advertiu que vai encarar uma visita de Pelosi à ilha como uma provocação.

Os investidores olham ainda os dados de produção industrial no Brasil. O recuo de 0,4% da produção industrial brasileira em junho ficou 0,1 ponto porcentual abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de -0,3%. O desvio foi o menor desde abril deste ano, quando o índice efetivo (0,1%) também foi inferior à estimativa intermediária do levantamento (0,2%) em 0,1 ponto.

Mais cedo, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas informou que, diante da pressão deflacionária dos combustíveis, reduziu de 9,0% para 8,0% a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-Fipe) de 2022. Após retirar 0,40 ponto porcentual do indicador em julho (0,28% para 0,16%), o grupo Transportes (-0,25% para -2,70%) deve cair novamente em agosto, mas com uma deflação menor, de 1,37%, prevê o coordenador do IPC, Guilherme Moreira.

Agenda econômica do dia

Na agenda do dia, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicia reunião monetária, com o dia hoje dedicado à análise de conjuntura da economia brasileira. A decisão sobre a nova Selic sai na quarta-feira e a expectativa majoritária é de alta de 50 pontos-base, a 13,75% ao ano, com possível sinalização de fim do ciclo de aperto de juros, embora alguns agentes acreditem que o BC poderá deixar a porta aberta para o encontro de setembro.

Os investidores devem monitorar ainda o relatório sobre empregos Jolts nos EUA (11h) e falas de dirigentes do Federal Reserve que votam nas decisões deste ano: Loretta Mester, de Cleveland (14h), e James Bullard (18h30), de St. Louis.

(Agência Estado e AFP)

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