Arte, cultura, gastronomia, moda, produções audiovisuais, arquitetura, edição de livros, design de produtos e de publicidade e desenvolvimento de software são algumas atividades que envolvem a economia criativa. Ela é responsável por 457,9 mil empregos formais em Minas Gerais, 9,89% do total de vagas do Estado. São mais de R$ 788 milhões pagos mensalmente aos trabalhadores do setor com carteira assinada. O levantamento inédito foi lançado  nesta quinta-feira (25) pelo Observatório P7 Criativo, entidade de fomento da economia criativa em Minas e que reúne o governo estadual e representantes da iniciativa privada, como a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e o Sebrae-MG.

“Nós somos o segundo maior empregador em economia criativa do país, atrás só de São Paulo. Isso demonstra que temos condições de ajudar esse setor a criar emprego e renda com maior valor agregado em Minas”, afirma o presidente do P7 Criativo, Leonardo Pontes Guerra.

O estudo aponta mais de 63 mil empresas atuando no setor criativo em Minas – a maioria (61%) ligada a atividades culturais. Praticamente todas – 99% – são micro ou pequenas empresas. “O levantamento comprova o que o Sebrae observa, na prática, há mais de dez anos. E mostra o potencial de crescimento, porque a gente sabe que existe uma informalidade muito grande no setor”, avalia a analista em economia criativa do Sebrae-MG Regina Vieira.

Polos criativos no Estado também foram identificados. “A Zona da Mata está se tornando claramente um polo de audiovisual. Nova Serrana, em função das indústrias de calçados, também despontou no setor de moda”, explica Guerra.

Fomento

Depois de selecionada para utilizar a estrutura de coworking do P7 Criativo há um ano, a agência de marketing e comunicação Publix.se cresceu 70% no faturamento e 50% no número de clientes, em relação ao ano anterior. “O P7 proporciona conexões e novos negócios. A gente conhece pessoas que estão inseridas em outros mecanismos e nos apresentam projetos”, afirma a sócia da Publix.se Graziella Giannini.

 

P7 Criativo terá nova sede em 2019

A reforma do prédio do Bemge, na praça Sete, em Belo Horizonte, deve ser concluída em maio de 2019, segundo o presidente do observatório P7 Criativo, Leonardo Pontes Guerra. O edifício se tornará a sede da entidade. “Em novembro vamos assinar com o BNDES mais um aporte de R$ 17 milhões para finalizar a obra”, afirma. Segundo Guerra, a estatal Codemge já investiu R$ 35 milhões na reforma.

O observatório, que oferece estrutura de coworking e mentorias para empresas ligadas à economia criativa, funciona atualmente no bairro Anchieta, na região Centro-Sul da capital, e abriga cerca de cem pessoas de 34 empresas alocadas. Com a nova sede, o P7 Criativo ampliará sua estrutura para 350 postos de coworking. Para o empresário e artista digital Romeu Bessa, da Ubi Paint, a troca de experiências no ambiente do P7 é um diferencial e está ajudando a modelar seu negócio. “Estou descobrindo como incluir a pintura digital em contextos como games e realidade virtual”, afirma.

Guerra conta que existe uma negociação com a Codemge para a construção de um centro de pós-produção audiovisual em um dos andares do prédio. O estudo da economia criativa no Estado apontou a Zona da Mata como polo audiovisual. “Não temos, hoje, um centro de pós-produção em Minas para atender o setor”, diz.