Desempregada e mãe de sete filhos, Rafaela de Souza, 28, sobrevive com as cestas básicas enviadas pelas escolas. Desde o fim da concessão do auxílio emergencial, a situação da família ficou delicada. Ela e as crianças vivem com menos de R$ 89 mensais (por pessoa) – estão na faixa da extrema pobreza.
Moradora de São Joaquim de Bicas, na região metropolitana, Rafaela é a chefe de umas das 1.006.367 de famílias nessa situação em Minas. Em dezembro de 2019, eram 942,8 mil famílias vivendo esse drama no Estado – um aumento de 6,7%, segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese). Em BH, o cenário é mais alarmante.
Em março de 2020, eram 59.891 famílias na extrema pobreza. O número saltou para 61.734 em dezembro do mesmo ano – aumento de 3%. “Os R$ 600 me ajudavam a quitar o aluguel de R$ 350 e as contas de água e luz. Não pago há três meses”, conta Rafaela, que, recentemente, recebeu ajuda da ONG Amigos do Bhem, que já previa o crescimento da pobreza. “Antes do término do auxílio, já tínhamos percebido o aumento da procura por doações. Com o fim dele, a procura mais que dobrou”, afirma Cindy Alves Furtado, uma das fundadoras da ONG.
PBH distribui cestas e kits
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que, para ajudar as famílias em situação de vulnerabilidade social, disponibiliza, desde abril do ano passado, cestas básicas e kits de higiene. Desde março do ano passado, mais de 2,87 milhões de cestas foram distribuídas, totalizando mais de 54 mil toneladas de alimentos. Já kits de higiene foram mais de 480 mil. A PBH aponta que vai manter a medida.
Estado alega crise financeira
O governo de Minas informo'u, em nota, que, embora o Estado esteja vivenciando uma crise financeira atualmente, está construindo novas ações com o intuito de reduzir os impactos da pandemia na vida das pessoas mais vulneráveis. Ainda de acordo com o Executivo, é oferecido apoio aos municípios para que ofertem programas assistenciais, a exemplo do Renda Minas – que oferecia R$ 50 a cada aluno matriculado no ensino estadual. A última parcela desse benefício foi distribuída em dezembro de 2020, junto com a última parcela do auxílio emergencial, do governo federal.
Auxílio previsto para abril
O governo federal confirmou, na sexta-feira, o retorno do pagamento do auxílio emergencial – que será concedido a uma pessoa por família. Serão quatro parcelas no valor de R$ 250 cada. Para mulheres que são chefes de família, o montante será de R$ 375. Pessoas que vivem sozinhas receberão R$ 150 por mês. O pagamento deve começar em abril.
Brasileiro sem refeição básica
IBGE. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística realizada na pandemia e divulgada neste mês apontou que mais de 11 milhões de brasileiros não fazem uma das três refeições básicas diárias. O motivo é a escassez de dinheiro
FGV. Outro estudo feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgado também neste mês mostrou que 67,9 milhões de brasileiros receberam o auxílio emergencial. Após o fim da concessão do benefício, 13,7 milhões de pessoas passaram a viver em situação de extrema pobreza no país.
Previsão. Ambos os levantamentos consideram que a situação pode piorar se a pandemia do novo coronavírus não for rapidamente controlada.
Pode ajudar? Veja como:
Missão Transvest
Telefone: (31) 9 9494-5385
NAVE (Núcleo Assistencial Veleiro da Esperança)
Telefone (31) 3317-8779
Instagram: @escolanave
Amigos da Amanhã
Telefone (31) 3397-7180
Casa Chico do Vale
Telefone: (31) 3418-6219
Casa Lar
Telefone: (31) 3451-5017
Projeto de Mãos Dadas
Telefone: (31) 9 9329-1876
Instagram: @projetodemaosdadas
ONG Amigos do Bhem
Telefone (31) 9 9185-6673
Instagram: @amigosdobhem