As empresas de energia solar projetam um crescimento para os próximos anos bem maior do que outros setores da economia. A Cemig SIM, por exemplo, que oferece um serviço de energia solar por assinatura, trabalha com a expectativa ousada de expansão da capacidade de produção em seis vezes até 2027.
“Nossa capacidade instalada é de aproximadamente 100 MWp (kilowatts-pico). A projeção do nosso planejamento é adicionar 600 MWp em volume de energia comercializada para os mineiros, podendo ser ajustada conforme a demanda de mercado”, destaca o CEO da Cemig SIM, Iuri Mendonça.
“Temos um plano de investimento em curso, informado ao mercado no início de 2023, que envolve investimentos de R$3,2 bilhões em geração distribuída. Nosso objetivo é acompanharmos a crescente demanda do segmento, democratizando o acesso a uma energia mais econômica, limpa e renovável para um número cada vez maior de consumidores. A energia renovável tem inúmeros atributos e seu valor agregado é um grande diferencial”, explica Mendonça.
A energia solar por assinatura é um serviço em expansão em todo o Brasil. A vantagem nesta modalidade é que o cliente não precisa implantar placas solares nem fazer qualquer investimento. E ainda sim, consegue descontos entre 15% e 20% por mês na conta de luz.
Funciona assim: as empresas do ramo, como a Cemig SIM, Juntos Energia, Evolua e Metha Energia, produzem energia nos parques solares que elas mantêm, transformando a luz do sol em energia elétrica limpa. Esta energia produzida a um custo mais baixo é injetada na rede de distribuição da concessionária de energia elétrica, como a Cemig, no caso de Belo Horizonte.
A empresa que inseriu a energia limpa na rede da Cemig ganha créditos e os repassa para os assinantes do serviço, que recebem o desconto na conta de luz de forma gratuita, sem a necessidade de instalar qualquer equipamento ou fazer obras em casa. Todo o procedimento é feito no site das empresas.
Em alguns casos, a fatura é unificada. Em vez de receber a conta da Cemig, o cliente recebe um boleto da Evolua, por exemplo. Ele paga a conta e a parte da Cemig é repassada pela própria empresa. Se o percentual de energia limpa usada for de 15%, o valor correspondente a esta utilização fica com a empresa e o restante é destinado à Cemig.
Em outros casos, o cliente precisa pagar duas contas por mês: uma da Cemig e outra da empresa que injetou a energia solar na rede de distribuição, com o desconto. De qualquer forma, o consumidor paga um valor menor pelo uso da energia elétrica.
Juntos Energia
Entre as dezenas de empresas que produzem e vendem energia solar por assinatura no Brasil, a Juntos Energia é mais uma a projetar forte expansão nos próximos anos.
“A gente tem hoje 10 mil clientes e pretende multiplicar esse número por cinco ou seis vezes até o fim do ano que vem”, planeja João Santos, CFO da Juntos, empresa que faz parte do grupo Elétron Energy.
A empresa atua hoje em Minas Gerais, Pernambuco e São Paulo e pretende chegar a 23 Estados até o fim de 2024. A Juntos Energia também faz parcerias com grandes empresas para ampliar o leque de clientes.
“A gente tem por exemplo uma parceria com a 99, oferecendo desconto na conta de energia para motoristas e passageiros da empresa. Temos também parceria com os Correios em Minas, atendendo clientes e funcionários, e com a Ambev em Pernambuco, oferecendo vantagens para os bares e restaurantes. Então nós temos grandes parceiros, são diversos”, explica o CFO da empresa.
A Juntos Energia está com uma promoção especial neste mês de novembro, oferecendo 20% de desconto por mês na conta de luz para novos assinantes durante um ano. A partir do 13º mês, este índice cai para 13%.
A Juntos atende consumidores residenciais,comércios e pequenas empresas. Já a Elétron Energy é a responsável do grupo por atender os clientes maiores, como grandes empresas e indústrias.
MG bate recorde de produção de energia solar, com projetos em 100% dos municípios
Em 2023, Minas Gerais fez história como primeiro Estado brasileiro a superar a marca de 5 gigawatts (GW) de geração de energia solar fotovoltaica em operação, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Minas atualmente disputa com São Paulo a liderança na produção desse tipo de energia no Brasil. Todos os 853 municípios mineiros já possuem módulos fotovoltaicos geradores de energia solar.
A forte produção mineira de energia solar fotovoltaica pode ser explicada pela contabilização tanto por geração centralizada (que inclui grandes usinas) quanto por geração distribuída (pequenos módulos descentralizados).
Somente de janeiro a março de 2023, 823 MW de geração centralizada entraram em operação em Minas Gerais nos municípios de Jaíba, Araxá, Janaúba e Pirapora.
No mesmo período, a geração distribuída no Estado teve nova operação de 267 MW. Portanto, somente no primeiro trimestre de 2023, Minas Gerais foi contemplada com o acréscimo de 1,09 GW de energia solar fotovoltaica em operação.
Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, o avanço de Minas em relação à geração de energia solar reflete “investimentos sólidos e constantes no setor, além da melhoria no ambiente de negócios voltados para energia sustentável, fortalecendo a cadeia produtiva da geração de energia solar e prospecção de investimentos voltados para esse tipo de energia’’.
Fazenda da Vale
Outro feito de Minas Gerais na produção de energia solar ocorreu em 2023. Em julho, a Vale atingiu a capacidade máxima de produção no Projeto Sol do Cerrado, em Jaíba, região norte de Minas Gerais, considerado um dos maiores parques solares da América Latina. O projeto com potência instalada de 766 Megawatts-pico, o equivalente ao consumo de uma cidade de 800 mil habitantes.
A operação do complexo solar em plena capacidade irá representar 16% de toda a energia consumida pela Vale no Brasil. Os investimentos somam cerca de R$ 3 bilhões. A Vale espera atingir 100% do consumo de energia renovável no Brasil até 2025, e, globalmente, até 2030.