Justiça

Executivos da Ternium continuam fora da Usiminas 

TJMG decide manter destituição de ex-presidente e ex-diretores, mas acionista pretende recorrer

Por ludmila pizarro
Publicado em 06 de maio de 2015 | 03:00
 
 
 
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O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiu ontem, por maioria dos votos, manter a destituição do ex-presidente executivo da Usiminas Julián Eguren e dos ex-diretores Paolo Bassetti e Marcelo Chara. O advogado da Ternium, Eduardo Munhoz, porém, afirmou que não está descartada a possibilidade de entrar com um recurso contra a decisão. “Antes de decidir, precisamos ter acesso aos votos”, declarou. Os diretores haviam sido destituídos de seus cargos por decisão do conselho de administração da empresa em 25 de setembro de 2014, resultado da briga entre os dois principais acionistas da Usiminas, o grupo Ternium-Techint e a Nippon Steel & Sumitomo Metal Corporation.

Derrotada na decisão do Tribunal de Justiça com relação à destituição dos diretores, a Ternium teve uma vitória com a manutenção, pela segunda instância do TJMG, da liminar que mantém afastado do conselho de administração da Usiminas o representante dos acionistas minoritários, Lírio Parisotto. Segundo Munhoz, com a decisão liminar, “o mérito do recurso (que afasta Parisotto do conselho definitivamente) deve ser julgado em meses”, disse. Para a Ternium, a eleição de Parisotto foi ilegal porque ele estaria apoiado pela japonesa Sankyu, que tem participação acionária da Nippon.

As disputas judiciais entre as duas acionistas da siderúrgica, no entanto, são prejudiciais na análise da especialista em governança corporativa e professora da Fundação Dom Cabral Adriana Solé. “Enquanto os donos não se entendem, a gestão da empresa fica parada, não funciona nada para baixo”, avaliou Adriana. “Tentar resolver as diferenças em brigas judiciais é o pior dos mundos porque as empresas precisam de coesão. A primeira coisa que os acionistas têm que mostrar é coesão, um caminho para os gestores seguirem”, disse a professora. Para Adriana, falta uma figura de consenso na empresa que consiga encontrar um caminho que atenda os dois acionistas.

Motivo. No ano passado, os gestores foram destituídos pelo conselho de administração em razão da apuração de divergências numéricas nos relatórios de auditoria sobre a remuneração deles nos exercícios sociais de 2012 e 2013.

Investimento de R$ 63 mi no Nordeste

A Usiminas, por meio da subsidiária Soluções Usiminas, especializada em transformação de aço, investirá R$ 63 milhões em sua unidade de Cabo de Santo Agostinho, no Complexo Industrial Portuário de Suape, em Pernambuco. Isso visa atender a parceria com a Jeep no fornecimento, com exclusividade, da matéria-prima transformada para a indústria da fabricante de veículos, situada no município pernambucano de Goiana.

O anúncio da siderúrgica ocorre após a inauguração da unidade fabril da Jeep, do Grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA), no Estado.

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