Crise

Faltam insumos em hospitais

Recomendação é priorizar urgência e emergência, e adiar as cirurgias eletivas

Por Rafaela Mansur
Publicado em 29 de maio de 2018 | 03:00
 
 
 
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A falta de insumos médicos, como antibióticos, órteses, próteses e luvas de procedimentos, e o estoque limitado de oxigênio, resultados da greve dos caminhoneiros, está restringindo a admissão de novos pacientes em hospitais da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Em algumas unidades da rede, cirurgias e consultas eletivas foram adiadas. 

A situação é mais complicada no Hospital Regional João Penido, em Juiz de Fora, na Zona da Mata, e no Hospital Regional Antônio Dias, em Patos de Minas, no Sul do Estado. Os cardápios das unidades também estão sendo adaptados devido à falta de alimentos.

Na Santa Casa de Belo Horizonte, as cirurgias eletivas foram adiadas, e o hospital está em alerta amarelo para acompanhar a reposição de estoques.

“Estamos com alguma incerteza com relação ao fornecimento de alimentos perecíveis, especialmente verduras, legumes e leite, porque alguns fornecedores têm nos avisado que têm segurança de fornecimento até esta quarta-feira”, disse o diretor de assistência à saúde, Guilherme Riccio. Ele garantiu que a instituição vai encontrar uma solução.

No Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, as cirurgias eletivas serão suspensas a partir desta terça-feira (29), exceto a de pacientes já internados. Procedimentos ambulatoriais, consultas e exames serão suspensos a partir desta quarta-feira (30).

Em todo o Estado, as cirurgias eletivas seguem suspensas, e a recomendação é priorizar casos de urgência e emergência. O horário de atendimento da Farmácia de Todos, na capital, permanece reduzido, das 8h às 17h, até o fim desta semana. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, a rede está abastecida de vacinas.

Funcionamento normalizado

Em Belo Horizonte, as unidades de urgência do Hospital Odilon Behrens, as Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), a Central de Internações, o Samu, os Centros de Referência em Saúde Mental e o Serviço de Urgência Psiquiátrica vão funcionar normalmente. Mas postos de saúde terão funcionamento com escala de 50% dos profissionais. Já em Betim, o funcionamento da rede de urgência e emergência será mantido, e as 34 Unidades Básicas de Saúde seguem fechadas.

Samu sem abastecimento

Em relação aos Samus, a Secretaria de Estado de Saúde informou que as regiões Centro-Sul, Sul e Nordeste só tinham abastecimento suficiente até essa segunda-feira (28), e as regiões Norte e Oeste eram as mais críticas no final de semana. Para o abastecimento das ambulâncias, foi realizado um cadastro emergencial, e as regiões em situação crítica estão sendo priorizadas. Em Belo Horizonte, segundo o prefeito Alexandre Kalil (PHS), o abastecimento das ambulâncias está “tranquilo”. 

Hemodiálise garantida 

Uma carreta carregada com 10 mil litros de gasolina saiu nessa segunda-feira (28) da Refinaria Gabriel Passos (Regap), na região metropolitana de Belo Horizonte, escoltada pela Polícia Militar, com destino a Santa Luzia, também na região metropolitana, para abastecer veículos oficiais. Uma das prioridades era garantir o transporte, para Belo Horizonte, de pacientes que fazem hemodiálise e necessitam, diariamente, realizar o procedimento. Além disso, foram abastecidos os veículos oficiais tanto da saúde quanto da segurança pública.

Vacinação prorrogada

O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, disse nessa segunda-feira (28) que a campanha de vacinação contra a gripe deve ser prorrogada por ao menos 15 dias. A medida ocorre devido aos baixos índices de vacinação e pela dificuldade enfrentada por parte da população em acessar as unidades de saúde em meio à paralisação dos caminhoneiros. Inicialmente, a campanha de vacinação contra a gripe estava programada para acabar na sexta-feira, dia 1º de junho. De acordo com o último balanço do ministério, porém, ainda faltam 21 milhões de pessoas a serem vacinadas – 40% do público-alvo.

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