Investimento

Gastos com entretenimento estão em alta, mesmo na crise 

Pesquisa mostra que brasileiros gastaram, em 2014, US$ 42 bi com internet, música e filmes

Por Queila Ariadne
Publicado em 21 de junho de 2015 | 03:00
 
 
 
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Tem família cortando gastos aqui. Tem economista reduzindo as projeções de crescimento ali. Mas as expectativas para consumo de entretenimento e mídia estão em alta. Enquanto a Confederação Nacional do Comércio (CNC) divulgou queda de 23,8% na intenção de consumo e a pesquisa do Banco Central indicou que o Produto Interno Bruto (PIB) vai cair 1,35% em 2015, um levantamento da consultoria PricewaterhouseCoopers Brasil (PwC) mostra que os brasileiros gastaram US$ 42 bilhões com serviços como internet, música e filmes em 2014. Para 2019, as projeções indicam que o gasto crescerá 64%, alcançando US$ 69 bilhões.

O especialista em telecomunicações da PwC Brasil, Marcelo Ribeiro, explica que, apesar da crise, tudo vai continuar a crescer, mas o ritmo mais acentuado será o dos serviços ligados à internet.

“Nos últimos anos, com a ascensão das classes C e D, muita gente passou a ter acesso à internet. O brasileiro está muito conectado às redes sociais. Portanto, não é uma despesa que eles vão querer cortar de imediato. Outro indicador é que o governo tem investido muito na infraestrutura da banda larga e tem a meta de alcançar 95% da população com internet de alva velocidade, até 2018”, avalia.

De acordo com o estudo da PwC, enquanto os gastos com fontes tradicionais de entretenimento crescerão 2,3% ao ano até 2019, a taxa para as fontes digitais será de 17%. Crise à parte, os gastos com filmes serão mantidos. Só o cinema, por exemplo, o consumo vai crescer em média 8,5% ao ano. Já a categoria home video digital (baixar filmes) vai disparar 15%.

Na rede Cineart, os reflexos da contenção de gastos ainda não atingiram a bilheteria. “O ano de 2015 está com um aumento em nosso segmento em torno de 20% em relação a 2014. O cinema depende muito de bons conteúdos”, destaca a assessoria de imprensa da rede.

A analista internacional Ana Paula Sampaio, 23, afirma que já é adepta dos filmes baixados pela internet. No entanto, admite que jamais deixará de ir ao cinema. “Depende muito do filme e tem alguns que só mesmo no cinema”, destaca. A arquiteta Gabriela Ribeiro Diniz, 23, ressalta que, se precisar até corta o número de idas ao cinema, mas não vai abrir mão do hábito. “Ao invés de ir três vezes ao mês, eu vou só uma, mas continuarei indo”, afirma.

O coordenador do curso de administração do Ibmec, Eduardo Coutinho, afirma que o brasileiro já incorporou a comunicação, que hoje já tem um peso de 6,5% na composição do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “Não são bens essenciais, por isso, se for preciso serão cortados. Mas vai depender muito da extensão da crise para cada pessoa”, avalia.

TV a cabo

Escalada. Segundo a PwC Brasil, a fatia da TV por assinatura nos gastos com entretenimento e mídia vai subir de 41% para 45% em quatro anos.

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