O presidente da Cooperativa Central dos Produtores Rurais (CCPR/Itambé), Jacques Gontijo, confirmou ontem que está em andamento o projeto de união das operações entre a Itambé, a Centroleite, de Goiás, Confepar, do Paraná, e as também mineiras Cemil e Minas Leite. A ideia, de acordo com ele, seria criar "a maior empresa de lácteos da América Latina", com uma captação de 7 milhões de litros/dia, faturamento de R$ 4 bilhões por ano, reunindo 40 mil produtores.

Outro fator que tem motivado a formulação do negócio é conter o avanço de outras grandes indústrias de lácteos no país, que nos últimos anos vêm intensificando a consolidação do setor. "Queremos ser um ator importante nessa mudança", disse.

Uma consultoria, explicou, foi contratada para avaliar os ativos de cada uma das cooperativas. O resultado desse trabalho será fundamental para determinar qual a participação que cada uma das empresas na nova companhia. O trabalho da consultoria, cujo nome não foi revelado, deve ser concluído em três meses.

Quando o projeto for concluído, a ideia é que a megacooperativa concentre a captação de 10% do leite brasileiro. Em 2009, o país deverá encerrar o ano com uma produção praticamente estável, em relação ao ano passado, de aproximadamente 27,5 bilhões de litros. "Estamos mirando o exemplo adotado no mundo inteiro", informou o executivo, lembrando dos casos da neozelandesa Fonterra, cujos leilões de leite em pó balizam as cotações do produto no mercado internacional e a norte-americana Dairy Farmers of America.

A Itambé irá encerrar o ano de 2009 com uma captação de 1,1 bilhão de litros e pretende praticamente dobrar este volume em 2014.

Cooperativas mineiras querem criar central única de captação
TRIÂNGULO. Um projeto semelhante também começou a ser desenvolvido este ano entre três cooperativas de leite do Triângulo Mineiro, com estudos para criar uma central única de captação. O objetivo, neste caso, seria aumentar o poder de barganha na compra de insumos e possibilitar a redução de custos. O projeto vem sendo conduzido pela Cooperativa Agropecuária Ltda. de Uberlândia (Calu), Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande (Coopervale), em Uberaba, e a Cooperativa de Produtores de Carneirinho (Coocar). "O setor lácteo de um país só se desenvolve com cooperativas bem-sucedidas", apontou o presidente da Calu, Eduardo Dessimoni.  

Flash
Minas. As três cooperati- vas do Triângulo reúnem aproximadamente 2.000 produtores rurais (inclusive da região do sudoeste goiano), com captação de 500 mil litros de leite por dia.