O centro de exposições de Juruaia, no Sul de Minas, será  substituído por um site. Os estandes serão links para lojas online. Em tempos de pandemia, transportar os negócios do mundo real para o virtual, com desfiles e tudo, foi a alternativa encontrada para não adiar a Feira de Lingeries de Juruaia (Felinju), que acontecerá de 1º a 5 de junho e, pela primeira vez, será totalmente digital, com participação de cerca de 50 expositores.

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Juruaia (Aciju), José Antônio da Silva, conta que, assim que as medidas de isolamento foram decretadas, o setor chegou a pensar em adiar o evento. “Mas percebemos que, mesmo depois que a pandemia passar, as pessoas ainda vão levar um tempo para voltar a frequentar feiras, porque vão evitar aglomerações. Então, decidimos manter a Felinju de maneira virtual. Essa, sem dúvida, será uma tendência”, explica Silva.

Assim como no modelo presencial, o foco da feira online serão tanto lojistas e revendedores, mas também o público final. “O site (felinjuonline.com.br) vai reunir tudo. As pessoas vão encontrar links das lojas, também teremos palestras e vamos transmitir desfiles com os lançamentos por meio do YouTube, mas que serão vistos a partir do próprio site”, explica Silva.

Como é a primeira vez que a Felinju será 100% digital, os organizadores não conseguem estimar o volume de negócios que deve ser gerado. No entanto, a expectativa é positiva. “No ano passado, foram gerados R$ 20 milhões. Esperamos que seja possível repetir esse patamar. E temos sentido uma boa demanda por parte de novas revendedoras, que encontram na lingerie uma oportunidade de gerar renda, nesse momento difícil da pandemia”, afirma Silva.

A dona da Nuance Lingeries, Joelma Reis, já percebeu o aumento da procura de novas revendedoras.  “De todo mundo que tem nos procurado, 40% são pessoas que não vendiam lingeries antes e estão procurando uma forma de gerar renda, mesmo dentro de casa”, afirma Joelma.

Há 26 anos nesse ramo, a empresária já tinha experiência com vendas virtuais. “A gente oferece treinamento e material como artes e fotos das peças, para que as revendedoras consigam vender pelas redes sociais”, explica Joelma, que oferece, inclusive, um modelo de loja online para as clientes.

Apesar dos reflexos econômicos trazidos pela pandemia, com fechamento de lojas e queda na produção, Joelma começa a sentir uma melhora. Ela, que cortou a produção pela metade, já começa a planejar o aumento gradual. “Temos recebido muitos pedidos e acredito que, a partir do mês que vem, devemos chegar a 70% da produção. Com isso, eu pretendo chamar de volta cerca de 15 funcionários que tive que suspender o contrato temporariamente”, anuncia a empresária.

 

Mais de 20 milhões de peças por ano

A 300 km de São Paulo e a 400 km de Belo Horizonte, Juruaia, no Sul de Minas, é a capital da lingerie. De acordo com a Associação Comercial e Industrial de Juruaia (Aciju), são mais de 200 confecções que, juntas, geram 5.000 empregos. Por ano, são produzidas aproximadamente 20 milhões de peças lingeries, cuecas, pijamas e moda praia.

 

ao todo, são mais de 200 confecções instaladas em Juruaia, que geram cerca de cinco mil empregos e vendem mais de 1,5 milhão de peças por mês. Anualmente, são produzidas aproximadamente vinte milhões de peças.

 

Sobre a Felinju

 

O que é: Em sua 23ª edição, será a maior feira online de lingerie, cuecas, pijamas e moda praia e fitness do Brasil

Data: de 1º a 5 de junho de 2020

Como participar: É gratuita. Basta fazer o  credenciamento no site felinjuonline.com.br