A ex-Piagentini - hoje Décima -, uma das mais antigas e premiadas vinícolas do Brasil, sediada em Andradas, no Sul de Minas, está de mudança para Caxias (RS). Levará cerca de cem empregos e R$ 2 milhões em impostos anuais (atual). Pelo plano de negócios da empresa, serão R$ 15 milhões em tributos ao ano, a partir de 2016.
Com duas plantas em Andradas e uma em Caxias, o Grupo Décima vai desativar uma linha inteira de engarrafamento na cidade mineira. A vinícola deixará de produzir 700 mil litros da bebida em Minas, onde vai fabricar apenas vinhos culinários.
Além disso, o grupo investirá no Sul do país, até 2015, os R$ 8 milhões destinados à pesquisa e fabricação de novos vinhos, alguns tipo exportação. Só neste ano serão lançados oito produtos.
De acordo com o CEO do grupo, David Travesso, os motivos da mudança são fiscais. Além de incentivos do Estado e do município gaúcho, ele conta enfrenta dificuldades em negociar com a Receita Estadual a dívida contraída pela vinícola até 2007, quando a Piagentini foi vendida para a Décima. No mesmo ano, o grupo obteve o direito à recuperação judicial com a União para o passivo de R$ 36 milhões. A lei permite que empresas parcelem as dívidas em até 15 anos com os credores, incluindo município, Estado e União. "Todos parcelaram, menos o governo de Minas, que ainda quer cobrar R$ 1,5 milhão em multa e juros", lamenta Travesso.