Prevenção

Não caia em tentação e corra de armadilhas na Black Friday

Desconfie de preços muito baixos e nada de clicar em links enviados em e-mails e redes sociais; Órgãos de defesa orientam registrar todas as etapas da compra

Por Paula Coura
Publicado em 19 de novembro de 2018 | 03:00
 
 
 
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Se você é alucinado pela palavra “promoção”, acompanhada de grandes números como 70%, 80% e até 90% de desconto, fique ligado. Em semana de Black Friday – data criada originalmente nos Estados Unidos para acabar com o que restou dos estoques do Dia de Ação de Graças, mas que nos últimos anos foi adotada também no Brasil – tudo que parecer muito chamativo ou atraente pode maquiar fraudes.

Criminosos do mundo virtual criam sites falsos, espalham spams e vírus para roubar dados e até prometem mercadorias que não têm em estoques. Para a sexta-feira de compras não se tornar uma “black fraude”, alertam os especialistas, é preciso desconfiar de preços muitos baixos e salvar todos os registros de compra, principalmente online (veja dez dicas para não cair em fraude na Black Friday).

“Não é recomendado acessar links enviados por e-mail, telefone ou redes sociais. Desconfie sempre de preços muito baixos. Na hora da compra, é recomendado o próprio consumidor digitar o endereço do site que deseja comprar. É bom ficar atento aos preços, estoque do produto e data de entrega”, orienta o coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa. Caso nada disso seja cumprido, munido de documentos, o consumidor pode se direcionar ao Procon mais próximo.

Para saber se o desconto é real, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) orienta pesquisar antes o preço do produto que se pretende adquirir. E ainda adverte os gastadores: depois da Black Friday, chega a hora de pagar o IPTU, o IPVA, a matrícula escolar e outras despesas. “Muitas empresas maquiam o preço para que o produto pareça mais barato. Ou seja, sobem o valor na véspera e baixam na data como se fosse uma oferta. Essa prática é considerada publicidade enganosa, e o estabelecimento pode ser penalizado”, alerta a entidade.

Práticas como o pagamento exclusivamente por boleto podem indicar irregularidades. “Esse tipo de ação, além de não passar pela verificação da administradora do cartão, caso haja fraude, não dá ao consumidor o direito de reaver o valor pago”, reforça o Idec.

Antecedência. O servidor público Henrique Antunes, 27, sempre se programa para a Black Friday. Será a terceira vez em que ele fará compras nesse período. Neste ano, além de acompanhar os descontos para a data no Brasil, ele estará nos Estados Unidos durante a sexta-feira de promoções. “Acompanho o preço dos produtos que tenho interesse com pelo menos um mês de antecedência para decidir se vou comprar ou não. E isso eu só faço mesmo na hora”, explica.

Sobre a viagem, Antunes diz que, nos Estados Unidos, as promoções são melhores que as oferecidas no Brasil, mas muitas delas ficam restritas a lojas físicas. “Os vendedores de fora também deixam clara a restrição dos produtos, por exemplo, a dez unidades, cinco unidades”, completa.

Passagem aérea fica 168% mais cara no dia

O preço das passagens aéreas durante a Black Friday já subiu até 168%, segundo pesquisa realizada pelo Kayak, ferramenta de planejamento de viagens. Ainda conforme o levantamento, comprar bilhetes após a data tornou-se mais atrativo do que antes dela.

Os dados foram coletados uma semana antes, uma depois e durante a sexta-feira de compras em 2017. Passagens para Natal (RN) e Buenos Aires, na Argentina, ficaram até 168% mais caras em relação aos preços pesquisados semanas antes e após a data. Em uma lista de 15 destinos mais buscados para viagens, só três (São Paulo, Fortaleza e Orlando, nos EUA) estavam mais baratos na Black Friday se comparados às semanas anterior e seguinte.

“Em termos de viagem, a gente nota que o principal é o planejamento. O fim de novembro coincide com Natal, réveillon e férias escolares, períodos de intensa busca por viagens. Procurar por um destino específico em uma dessas datas pode não ser atrativo na Black Friday. Mas para aqueles que buscam se programar para o Carnaval, férias de julho de 2019, pode ser uma boa oportunidade. A dica é aproveitar as promoções disponíveis, que certamente aparecerão na semana”, diz o líder de operações do Kayak no Brasil, Eduardo Fleury.

Tíquete médio em BH: R$ 500

A sexta-feira de compras promete agitar o comércio na capital mineira. Segundo pesquisa da Fecomércio, quase um quarto dos consumidores de Belo Horizonte, 24,3% deles, aguardam a chegada da Black Friday para ir às compras. O tíquete médio para a gastança, segundo estimativa da entidade, é em torno de R$ 500.

Entre os empresários de Belo Horizonte, aproximadamente 35% já se planejaram para a data, sendo que 47,7% oferecerão descontos acima de 50%. O que restar em estoques deve ser comercializado na segunda-feira seguinte, batizada de Cyber Monday, voltada ao e-commerce.

O comércio eletrônico deve faturar R$ 2,43 bilhões durante a Black Friday em 2018, alta de 15% na comparação com o ano passado, aponta a estimativa da Ebit/Nielsen. O tíquete médio no país deve ser de R$ 607,5.

Online. A plataforma Precifica criou um sistema para que os compradores possam acompanhar, em tempo real, os valores dos produtos e, assim, saber o melhor momento para comprá-los. O endereço é: www.precifica.com.br/black-friday-ao-vivo

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