Previsões

Pessimismo inunda as projeções econômicas 

Pesquisas indicam que PIB e vendas crescerão menos e inflação subirá mais

Por Queila Ariadne
Publicado em 25 de novembro de 2014 | 04:00
 
 
 
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As projeções para a economia não estão das melhores e, a cada dia, tem mais gente achando que as coisas tendem a piorar. Segundo pesquisa de satisfação dos consumidores, divulgada nesta segunda pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em outubro, 27,8% das pessoas acreditavam que a situação econômica pioraria. Em novembro, esse percentual aumentou para 37,7%. Já o percentual daqueles que apostam na melhora caiu de 23,8% para 22,8%.
 

No geral, o nível de satisfação recuou 12,1%, atingindo 53 pontos, o menor desde setembro de 2005. O que os consumidores estão indicando, já reflete nas previsões do varejo. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou para baixo, pelo segundo mês consecutivo, a sua previsão de crescimento das vendas e empregos temporários de fim de ano. Em outubro, a projeção era crescer 2,6%. Em novembro, caiu para 2,3%.

Com a expectativa de um Natal mais magro, a CNC também revisou para baixo a expectativa de vagas temporárias, para 137,9 mil postos, queda de 0,3% ante o Natal do ano passado.

Os preços mais caros estão ajudando a espantar os consumidores. Segundo a CNC, os produtos e serviços mais demandados no Natal acumulam uma alta de 5,4% nos últimos 12 meses. Entre os que mais subiram estão os eletrodomésticos e equipamentos, com alta de 14%.

O aumento do custo de vida já é realidade nos índices de inflação. No levantamento semanal da pesquisa Focus, do Banco Central, analistas que até a semana passada apostam em um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 6,43%, bem perto do teto da meta, de 6,5%. Na semana passada, a projeção era menor, de 6,4%.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), as projeções dos economistas consultados caíram de 0,21% para 0,20%, só na última semana. Mas, há um mês, a expectativa era de crescer 0,27%.

A perspectiva dos analistas de que haverá retomada da atividade em 2015 foi mantida em 0,8%, mas, há quatro semanas, era de 1%. 

Expectativa

IBGE. Na sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o PIB do terceiro trimestre. Analistas projetam leve melhora de 0,2%, que tirará o país da recessão técnica.

Em queda, indústria é apontada como vilã do baixo crescimento

Brasília
. A produção industrial segue como o principal setor responsável pelo encolhimento do desempenho do PIB deste e do ano que vem. No boletim semanal Focus, do Banco Central, a mediana das estimativas do mercado para o setor manufatureiro revela uma expectativa de queda de 2,3% este ano. Há quatro semanas, a queda esperada era de 2,24%. Para 2015, o crescimento desse segmento deve ser de 1,30% ante 1,31% do levantamento anterior e de 1,42% de um mês atrás.

Os economistas também ajustaram suas estimativas para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor bruto e o PIB. Para 2014, a mediana passou de 35,8% da semana passada para 35,85% agora. Há um mês, estava em 35,25%.

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