Os ventos em Minas Gerais poderiam gerar 40 Gigawatts (GW) de energia, caso todo o potencial eólico do Estado fosse explorado. Seria como adicionar mais três usinas de Itaipu à produção de energia elétrica no país.
A área já está mapeada pela Cemig. Começa em Sete Lagoas, no início da Serra do Cipó, e vai até o Norte do Estado, numa extensão de 800 km. Mas a implantação dos parques eólicos em solo mineiro ainda enfrenta desafios: são caros, precisam de financiamentos especiais e de parceiros.
Um parque eólico de porte médio, com cerca de dez torres de geração de energia, custa entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões, calcula o superintendente de tecnologia e alternativas energéticas da Cemig, Alexandre Francisco Maia Bueno. "Faremos parques nesta década, com certeza. Existem vários estudos", informou.
A Cemig, que realizou o estudo de prospecção, não divulga qual é o investimento total necessário e nem a localização das construções, para evitar a especulação imobiliária no arrendamento dos terrenos.
Se a energia eólica ainda é um sonho caro para a Cemig, o consultor de energia elétrica Rafael Herzberg acredita que é apenas uma questão do investimento inicial necessário para se montar a usina. "Eu acredito que a diversidade dessas fontes energéticas vai trazer uma robustez no fornecimento de energia, o que não quer dizer uma redução de preço ao consumidor", avisou.
Isso porque, de acordo com Herzberg, 70% da energia consumida no país tem preço definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o órgão regulador do setor elétrico.
Segundo ele, 1 kw de energia hidrelétrica tem custo de R$ 3.000, enquanto 1 kw de energia eólica custa R$ 5.000. Mesmo assim, diz, seria "uma forma complementar na base de nossa geração de energia".