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Prevendo gerar 15 mil empregos, Gasmig inicia obras do Gasoduto Centro-Oeste

Projeto, que promete ser o maior do segmento em quase 15 anos, terá investimento de R$ 800 milhões

Por Nubya Oliveira
Publicado em 04 de março de 2024 | 14:12
 
 
 
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A Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) iniciou, nesta segunda-feira (04/03), as obras do Gasoduto Centro-Oeste, em Juatuba, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Com investimento de R$ 800 milhões, a ação faz parte da ampliação do Sistema de Distribuição de Gás Natural (SDGN), projeto que promete ser o maior do segmento em quase 15 anos, e que segundo a companhia, deve gerar mais de 15 mil novos postos de trabalho diretos e indiretos no Estado. 

O gasoduto vai ligar Betim a Divinópolis, passando por outros seis municípios: Igarapé, Itaúna, Juatuba, Mateus Leme, São Joaquim de Bicas e Sarzedo. Essa extensão deverá atingir aproximadamente 1 milhão de habitantes, ou cerca de 5% da população do Estado. No total, essas cidades respondem por 10% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial e 7% do PIB total de Minas Gerais.

Segundo a companhia, a iniciativa deverá aumentar em cerca de 300 km a extensão em linhas do sistema, um acréscimo superior a 23% da malha atual. O potencial de consumo de gás natural do projeto é em torno de 230 mil metros cúbicos por dia, com captação estimada de quase 1 mil novos clientes entre indústrias, comércio, segmento veicular - com a captação de novos postos para venda de GNV - e residencial. O início dos trabalhos neste mês foi possível após a aprovação do licenciamento ambiental pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam). 

Presente no evento de lançamento da obra, o governador Romeu Zema (Novo), participou do momento simbólico de solda do primeiro tubo da construção, prevista para ser concluída no início de 2026. “Esse projeto contribui enormemente para o desenvolvimento dessa região Central, que já está acima da média do Estado, e que agora vai ter condição de crescer muito mais. Essa fonte de energia aumenta o potencial de atrair investimentos, porque o gás acaba sendo uma alternativa à eletricidade, uma vez que é mais limpo e mais barato,” enfatiza Zema. 

Como vai funcionar 

Conforme o presidente da Gasmig, Gilberto Valle Moura Filho, os gasodutos serão testados e gaseificados por etapas, possibilitando que o início dos atendimentos aos municípios aconteça antes da conclusão total das obras. “Nós dividimos a licitação em dois lotes, com a Linha Troco e outras cinco Linhas Laterais. As obras da Linha Tronco já estão acontecendo. As das outras linhas, que são menores, ficarão prontas até 2026. Mas a forma como a gente está fazendo permite que as mais próximas de Betim - que é o início da ligação - possam ser entregues à população e aos clientes o mais cedo possível. Esperamos que até meados do ano que vem, a gente já tenha algum cliente ligado a partir desse gasoduto." 

Segundo o governo de Minas, no caso da Linha Tronco, quase 90% dos processos de desapropriação de terras estão concluídos e os contratos de uso e ocupação de rodovias foram assinados. Essas obras, especificamente, têm duração estimada de 18 meses. Já para as Linhas Laterais, a expectativa é a de que as intervenções se iniciem no segundo semestre deste ano, uma vez que as desapropriações e assinaturas de termo de utilização e ocupação de rodovias se encontram em fase final de processamento. 

Expansão para outras regiões

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, destacou sobre os projetos de ampliação para outras regiões do Estado. “A ideia é que futuramente a gente possa anunciar um gasoduto, no Sul de Minas, saindo de Extrema e chegando a Pouso Alegre. As obras estão sendo orçadas. A expectativa é de atender centenas de empresas e gerar mais empregos para a região. Já a expansão para o Triângulo Mineiro irá depender de outras soluções e alternativas, e a que tem mais viabilidade no momento é um gasoduto saindo de São Paulo e chegando a Uberaba. O projeto ainda está em fase de estudos, mas pretendemos avançar nos próximos meses.” 

Impulsionamento de outros setores

A Região Centro-Oeste se destaca por polos produtivos tradicionais na economia mineira, como os de Vestuário, Calçados e Fundição. Por isso, a expectativa do governo de Minas é que outras regiões e setores também sejam impactados positivamente com o investimento do gasoduto. Como por exemplo: Carmo do Cajuru - cidade reconhecida na produção de móveis; Santo Antônio do Monte - fogos de artifício; Lagoa da Prata - confecção; Córrego Fundo - cachaça e Pará de Minas - avicultura e suinocultura. 

Sustentabilidade

O gás natural é muito utilizado na indústria como fonte de energia e calor para diversos processos, atendendo do segmento metalúrgico ao alimentício. Para o Estado, por se tratar de um combustível com alta produtividade e baixa emissão de poluentes, o combustível fóssil se apresenta como uma solução competitiva que favorece o processo de transição energética, que envolve também o biometano e a energia solar fotovoltaica. O gás ainda pode ser utilizado em residências, especialmente, no aquecimento de casas e para substituir o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), conhecido como gás de cozinha. Além disso, também se torna uma alternativa de combustível para automóveis.

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