Baixas na Economia

Salim Mattar e Paulo Uebel deixam o governo e Guedes fala em 'debandada'

Informação foi confirmada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, durante entrevista coletiva na noite desta terça-feira

Por Da redação
Publicado em 11 de agosto de 2020 | 19:38
 
 
 
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O secretário especial de Desestatização e Privatização do governo federal, Salim Mattar, e o de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, decidiram deixar o governo. A informação foi confirmada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em coletiva ontem. Eles estavam insatisfeitos com o andamento das demandas de suas áreas no governo e no Congresso.

“Em nome da transparência, o Salim hoje me disse: a privatização não está andando, prefiro sair. O Uebel disse: a reforma administrativa não está sendo enviada. Eu prefiro sair”, afirmou o ministro.

“O que ele (Mattar) me disse é que é muito difícil privatizar, que o establishment não deixa. Que é tudo muito difícil, muito emperrado”, detalhou Paulo Guedes na coletiva.

O ministro reconheceu que há uma saída consistente de quadros do governo. “Se você me perguntar se está havendo uma debandada, eu digo que hoje houve”, completou o ministro da Economia.
Além dos dois secretários especiais que deixaram o governo, a equipe de Guedes já perdeu recentemente Mansueto Almeida, que comandava o Tesouro Nacional; Rubem Novaes, do Banco do Brasil; e Caio Megale, assessor especial do Ministério da Economia.

Já haviam deixado o governo Marcos Troyjo, então secretário de Comércio Exterior e Relações Internacionais, que saiu para assumir o banco dos Brics, e o ex-secretário da Receita, Marcos Cintra, que abandonou o cargo ainda no ano passado.

O ministro da Economia destacou a necessidade de privatizações, mas afirmou que ministros e secretários não tomam decisões de governo. Ele chegou a indicar que o presidente Jair Bolsonaro é quem tem decidido retardar a reforma administrativa.

“O fato de um secretário (Uebel) sair, mostra que é um jovem que, olhando para o que está acontecendo, não gostou. Agora, quem comanda o timing das reformas são os políticos. Se o presidente achar que é importante e que vai ajudar, ele quer encaminhar. Se ele achar que pode atrapalhar, ele quer retardar”, explicou, deixando claro também o desejo de acelerar a questão das privatizações.

“Eu se pudesse privatizava todas as estatais. Agora, pra privatizar todas, você tem que privatizar primeiro duas ou três. E não estamos conseguindo”, reconheceu.

Citando algumas das empresas que gostaria de desestatizar, ele apontou o desejo de privatizar Eletrobras, Pré-Sal Petróleo S.A., Correios e Docas de Santos.

Paulo Guedes também demonstrou insatisfação com as pressões de aliados do presidente pela quebra da regra do teto de gastos e apontou que isso seria prejudicial para o governo e pelo país. Guedes chegou a dizer que isso poderia levar a um processo de impeachment e afirmou que, por isso, Jair Bolsonaro não tem seguido esses conselhos.

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