Colocar o pé no chão, de preferência em pisos irregulares como areia e grama, é importante para o desenvolvimento motor e do próprio pé de um bebê, de acordo com a designer Ana Paula Lage. Foi pensando nisso, que ela desenvolveu o Noeh, um sapato voltado para bebês de 0 a 18 meses que simula, com uma palmilha recheada de partículas de polímero, o andar irregular na areia. O produto vai começar a ser comercializado a partir de fevereiro deste ano, no site noeh.com.br e deverá custar entre R$ 130 e R$ 170.
“Apenas 2% das crianças nascem com alguma anormalidade, mas ao chegar aos sete anos, 75% têm alguma problema no pé”, conta Ana Paula.
O ortopedista pediátrico Leonardo Cury Abrahão confirma que andar descalço é importante. “Toda criança deveria andar descalça, em qualquer idade”, afirma. Sobre o produto, o especialista prefere não comentar, afirmando que seria importante realizar testes com profissionais da área.
Alguns testes já foram realizados com bebês de 11 a 17 meses, segundo Ana Paula Lage. “Testamos em 22 crianças e percebemos que o efeito do sapato na marcha do bebê foi o mesmo que o feito de pisar na areia”, afirma a designer.
O sapato Noeh foi confeccionado por meio de financiamento do Senai no valor de R$ 150 mil em 2016. O recurso permitiu o desenvolvimento de uma máquina de enchimento da palmilha para que o produto fosse produzido em escala comercial. Antes, Ana Paula tinha um protótipo - o sapato foi desenvolvido para o sua dissertação de mestrado na Uemg, em 2014.
Em casa. O sapato Noeh será fabricado na numeração de 16 a 23 e já gerou patente para a desenvolvedora Ana Paula Lage. “O Senai foi fundamental para adaptá-lo em produto industrial”, diz ela.
Monitoramento do Aedes
Além do projeto Noeh, o edital Sesi Senai de Inovação já desenvolveu outros produtos, como um dispositivo para medir, em áreas de risco, a infestação do mosquito Aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, zika e chikungunya. Esse projeto recebeu verba de R$ 400 mil. “O edital tem duas categorias: uma de R$ 150 mil para startups, e outra de R$ 400 mil para médias e grandes empresas”, explica o analista do Senai Flávio de Freitas.