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Se ainda fosse viva, rede social Orkut faria 20 anos

Plataforma comprada pelo Google fez muito sucesso entre os brasileiros na primeira década do século 21

Por Agências
Publicado em 24 de janeiro de 2024 | 18:27
 
 
 
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Deixar um "scrap" (recado), mandar um depoimento ou avaliar um amigo, entrar em comunidades com milhões de usuários. Esses termos fizeram parte da rotina de brasileiros por muitos anos desde o lançamento do Orkut, rede social que se ainda estivesse entre nós faria 20 anos nesta quarta (17).

Não entendeu nada dos parágrafos anteriores? Talvez você seja um integrante da geração Z. Mas, tudo bem, pois como mostra Marcella Franco, muitas das práticas do Orkut sobrevivem aos dias de hoje.

  • Os depoimentos são tipo o que profissionais fazem hoje no LinkedIn;
  • As comunidades serviam como um repositório para memes - um pouco na linha dos bons tempos do Twitter (hoje X).
  • No Orkut também era comum receber um pedido de amizade de um perfil fake com nome esquisito - alô, Instagram.

O Orkut foi criado pelo Orkut, um engenheiro de software turco que colocou o site no mundo no dia 24 de janeiro de 2004. No ano seguinte, a rede ganhou sua versão em português, e em 2008 foi comprada pelo Google.

Os brasileiros chegaram a somar 30 milhões de usuários na época de ouro da plataforma, que foi a maior do mundo até 2011, quando o Facebook assumiu a liderança.

Desde então, o Orkut entrou em decadência até ser desativado em 2014 pelo Google, que depois apagou todos os registros do site.

Face obscura

A plataforma também apresentou aos brasileiros a face obscura das redes sociais massificadas, com pornografia infantil, violência digital e extremismo político, mostra o repórter Pedro S. Teixeira.

O maior escândalo na rede social no país foi desencadeado por uma denúncia do presidente da Safernet Brasil, Thiago Tavares, ao Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo, em 2006.

O dossiê de 130 páginas continha 1.345 denúncias de pornografia infantil na rede social, recebidas a partir de uma linha anônima entre 13 de maio de 2005 e 30 de novembro do mesmo ano.

O episódio mostrou a resistência do dono da plataforma, o Google, em colaborar com as autoridades brasileiras e envolveu denúncias por omissão diante de crimes como racismo e pedofilia.

(Artur Búrigo / Folhapress)

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