Atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro entre os Estados com mais inadimplentes, Minas Gerais tem cerca de 5,9 milhões de pessoas com as dívidas vencidas, segundo levantamento da Serasa. Agora, parte desses débitos poderá ser renegociada em valores de até R$100 por meio do programa Serasa Limpa Nome, aberto até o dia 22 de agosto. Só na primeira semana do projeto, iniciado no dia 12 de julho, foram realizados aproximadamente 500 mil acordos, equivalentes a R$684 milhões.
O programa tem parceria com 24 empresas que oferecem descontos de até 99% das dívidas aos consumidores, com pagamento máximo de R$100. Quem está endividado pode negociar com bancos como o Itaú e o Bradesco, lojas de varejo e de telefonia, como Casas Bahia e Vivo.
Não existe valor máximo ou mínimo da dívida para participar, mas todos os débitos passíveis de acordo já estão cadastrados na plataforma. Ao se inscrever com nome e CPF no Serasa Limpa Nome, o consumidor terá acesso às condições de pagamento oferecidas pelas empresas. A expectativa do projeto é quitar 14 milhões de débitos em todo o país — na edição de 2020, aproximadamente 6 milhões de dívidas foram resolvidas.
Para quem não encontrar no feirão a dívida que precisa quitar, o consultor financeiro Carlos Eduardo Costa dá dicas de negociação diretamente com as empresas: “Antes de buscar a empresa credora, você precisa saber qual é sua capacidade de pagamento, o que você pode oferecer, quanto tem de entrada e que valor pode pagar por mês. Aí, você mesmo faz a proposta e só aceita a contraproposta se elas atenderem as suas condições. Muitas vezes,a pessoa aceita a proposta da empresa na ânsia de resolver a dívida e, daqui a pouco, não consegue honrar o compromisso”, diz.
Dívidas com bancos são as principais com inadimplência
O levantamento mais recente da Serasa aponta que 62,5 milhões de brasileiros estavam inadimplentes em maio deste ano — 4% menos do que no mesmo período de 2020. Segundo a pesquisa, a inadimplência é mais comum com dívidas com bancos ou cartões, que correspondem a quase 30% dos endividamentos. Logo atrás, estão as contas de casa, como água e luz, no patamar dos 22%, e as dívidas com o varejo, que alcançam 13%.
O consultor financeiro Carlos Eduardo Costa avalia que os feirões são uma boa oportunidade para sair do endividamento, porém lembra que são uma solução temporária, caso o planejamento financeiro não esteja em dia. “A dívida é como se fosse uma febre: ela não surge no organismo do nada, mas sim porque tem alguma coisa errada acontecendo. A dívida não é causa dos problemas, mas consequência deles. Os feirões funcionam como hipotérmicos, que baixam a febre, mas não resolvem o problema. O grande risco desses programas é a pessoa ficar livre da dívida com eles, mas não resolver a vida financeira e se tornar cliente de feirões todo ano”, pondera.
Costa reconhece que, em meio à alta do desemprego e à pandemia, parte da inadimplência é de quem não tem recursos para arcar com as despesas. Ao mesmo tempo, ele recomenda um planejamento financeiro reforçado neste momento. O primeiro passo, indica, é registrar todos os ganhos e gastos mensais para entender o que pode ser cortado sem endividamento, por exemplo.
Confira como participar do Serasa Limpa Nome:
Empresas participantes:
Governo de Minas oferece negociação de dívidas do IPVA
Juros e multas sobre dívidas de Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e outras taxas estaduais referentes aos veículos poderão ser renegociados com o governo de Minas a partir do próximo mês. A iniciativa vale para o IPVA e para as taxas Florestal, de Incêndio e de Licenciamento do Veículo referentes a todos os anos até 2020. As dívidas do exercício de 2021 não serão contempladas.
Para negociar o valor, é necessário se cadastrar no site da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF/MG) entre os dias 2 de agosto e 23 de setembro. No pagamento à vista, são descontados todos os juros e multas. Já no pagamento em até seis parcelas, 50% dos valores ainda são cobrados. O valor das parcelas não poderá ser inferior a R$ 200. Até 2020, o montante de dívidas de IPVA e outras taxas chegava a R$1,6 bilhão em Minas Gerais, segundo a SEF/MG.