Flexibilização

Só 10% do setor de eventos de Belo Horizonte conseguiu retomar as atividades

Produtores dizem que protocolos rígidos impedem a volta das atividades

Por Hellem Malta
Publicado em 29 de julho de 2021 | 03:00
 
 
 
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Apesar da autorização da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para a retomada dos eventos culturais e sociais, no início do mês, e da nova flexibilização que amplia o limite de público para até 800 pessoas, apenas 10% do setor conseguiu retomar as atividades.

É o que diz uma pesquisa da Associação Mineira de Eventos e Entretenimento (AMEE), feita com os 700 associados da entidade na capital.

“Os protocolos sanitários de hoje em Belo Horizonte inviabilizam a retomada do setor em 100%. Estamos falando de um protocolo que pede no distanciamento uma pessoa a cada 5 m², a exigência do teste PCR, que é muito caro, e sem pista de dança. Em um lugar que cabe 500 pessoas, você coloca no máximo 60, sem contar os profissionais que vão trabalhar no evento”, diz o presidente da AMEE, Rodrigo Marques.

Para ele, o cenário ideal para o setor conseguir retomar as atividades seria com a realização de eventos testes, o que pode viabilizar grandes shows, aceitar o teste rápido de Covid-19, além de diminuir o distanciamento de cinco para 2 m².

“Betim está liberando eventos sem teste, São Paulo está liberando vários eventos com teste, mas com pessoas em pé. São essas flexibilizações que a gente precisa em BH. A retomada é viável só com alguns ajustes nos protocolos sanitários”, afirma Marques.

O novo decreto municipal, publicado nesta quinta-feira (28), traz novas regras para a realização de shows. Segundo a PBH, a capacidade das atrações com assentos fixos, sem a venda de alimentos e bebidas, será ampliada de 600 para 800 pessoas, passando a ser exigido do público o exame PCR ou o teste rápido de antígeno com resultado negativo para a Covid.

Os shows com assentos fixos, com venda de alimentos e bebidas, poderão contar com até 600 pessoas – antes eram 400. Já os eventos corporativos poderão ter a capacidade máxima de 800 pessoas.

O produtor Carlos Alberto Xaulim é um dos poucos que conseguiram retomar o trabalho em Belo Horizonte e já está com dois shows marcados, em agosto, no Palácio das Artes.

“(Um dos shows) foi programado inicialmente para um público de 600 pessoas. Mas, agora com essa nova flexibilização, será para 800. Vejo essa retomada como um marco de esperança na volta definitiva do setor de eventos”, diz Xaulim. 

Já a produtora Juliana Freitas, que trabalha com eventos sociais e cerimonial, ainda não conseguiu realizar nenhum evento.

“Temos um decreto da prefeitura com dois limitadores: a exigência de teste PCR, que tem um valor alto e precisa ser feito com até 72 horas de antecedência, e sem pista de dança. Não existe casamento sem a noiva fazer a dança dela, debutante sem valsa. Hoje estou 100% impedida de atuar”, afirma Juliana.

Expominas e Ouro Minas com alta demanda

Com 17 salas para a realização de eventos de pequeno, médio e grande porte, além de um auditório com capacidade para 350 pessoas, a procura pelo espaço do hotel Ouro Minas, na região Nordeste da capital, para a realização de eventos corporativos está crescendo após a flexibilização.

Até agora, o hotel já contabiliza mais de 50 eventos agendados de agosto até dezembro.

"A demanda tem aumentado gradativamente. Toda semana, recebemos pedidos para a realização de eventos, mas estamos aceitando apenas aqueles que conseguem cumprir o distanciamento social e os protocolos”, diz o gerente do Ouro Minas, Enrique Bertini.

A diretora comercial do Expominas BH, Márcia Ribeiro, vê com bons olhos a flexibilização dos eventos.

“A gente vê como um bom início. Acreditamos que isso precisa ser acompanhado de uma forma sistêmica, gradativa e ir aumentando, de acordo com o avanço da vacinação. A agenda do Expominas está cheia, confirmada, de agosto em diante até dezembro”, diz.

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