RIO DE JANEIRO " A Telemar, maior operadora de telecomunicações do Brasil, anunciou ontem uma reestruturação societária, combinada com uma oferta pública de parte das ações da nova empresa.

Todas as empresas do grupo " Telemar Participações, Tele Norte Leste Participações e Telemar Norte Leste " serão reunidas em uma única companhia, chamada Oi Participações, com ações ordinárias no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e na Bolsa de Valores de Nova York.

Os atuais controladores " BNDESPar, GP Investimentos, Andrade Gutierrez e Grupo La Fonte, do empresário Carlos Jereissati " poderão vender até 15% da holding após a reorganização. O restante, que deve ficar em cerca de 18%, poderia ser negociado posteriormente em Bolsa.

Nos últimos meses, houve fortes rumores de que o controle da Telemar poderia ser vendido para operadoras européias. Mas seus acionistas acabaram considerando a estratégia de saída mais viável pulverizar o controle em Bolsa.

Ontem, as ações ordinárias da Telemar subiram 29,01% na Bovespa e as preferenciais, 5,54%. A proposta de pulverizar o capital do grupo vai tornar mais caro para um operador comprar o controle da empresa brasileira.

Desde que foi privatizada, em 1998, a Telemar é questionada por ser a única empresa do setor a não ter uma empresa de telecomunicações em seu grupo de controle.

O gestor de processo de reorganização do grupo e atual presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, destacou que, com o novo modelo, as condições de entrada de um sócio estratégico ficaram mais caras.

Pela nova estrutura, qualquer acionista com mais de 20% terá de fazer uma oferta pela totalidade das ações em mercado. Um dos pontos fundamentais para a proposta de reorganização societária sair do papel é o aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Ontem, o presidente da Telemar, Ronaldo Iabrudi, esteve na sede do órgão regulador, em Brasília, para apresentar a proposta aos conselheiros da Anatel.