ADOÇÃO

Filhos são rejeitados por causa de pobreza, drogas, gravidez e conflitos, afirma especialista

Dia 25 de maio é o Dia Nacional da Adoção

Por FM O Tempo
Publicado em 24 de maio de 2024 | 19:22
 
 
 

Dia 25 de maio é o Dia Nacional da Adoção, mas também é o dia de avaliar o que motiva os desencontros e encontros entre pais e filhos na sociedade. Mas, por que algumas crianças são rejeitadas por alguns pais e mães e, outras desejadas intensamente por outros pais e mães, para viverem em ambiente cercado de afeto?

“A questão da rejeição do filho é um fenômeno bastante complexo que pode ter várias causas, como: pobreza, desemprego, abuso de substâncias ilícitas, gravidez não planejada e conflitos familiares”, aponta o vice-diretor da Faculdade Milton Campos, Paulo Tadeu Righetti Barcelos. O advogado é professor da unidade curricular Direito da Criança e do Adolescente.

Por outro lado, avalia, aqueles que têm as portas abertas para filhos adotivos são motivados por fatores como infertilidade, desejo natural de paternidade/maternidade, realização pessoal, ou casais homossexuais que querem concretizar uma família, dentre outros.

Por isso, tanto o processo de doação quanto de adoção precisa ser debatido, com suas implicações e realidades. Daí, a importância do dia 25 de maio. Para o professor, a data conscientiza sobre o real papel da adoção, que deve ter o enfoque em trazer reais vantagens para as crianças e adolescentes, e, principalmente, tornar efetiva a necessidade de dar uma família para quem não tem. “O instituto da adoção deve ser compreendido como uma verdadeira proteção e garantia de direitos aos menores de idade”, explica. 

Como adotar?

Para adotar no Brasil, é necessário que o interessado compareça à Vara da Infância e da Juventude da Comarca do domicílio, seja maior de 18 anos e capaz – ou seja, tenha independência e que exerça plenamente seus direitos e deveres como cidadão. 

Além disso, acrescenta Barcelos, é necessário estar previamente inscrito no Cadastro Nacional de Adoção, que é gerido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e observar a ordem cronológica de inscrição. Atualmente, no Brasil, estão inscritos nesse cadastro 36.359 pretendentes e 4.806 crianças e adolescentes disponíveis para serem adotadas.

“Infelizmente, apesar de haver muito mais pretendentes cadastrados do que menores disponíveis para adoção, o perfil indicado pelos interessados muitas vezes não é compatível. A preferência é por crianças de tenra idade, brancas e sem doenças graves ou deficiências”, justifica o professor da Milton Campos. 

Grupos de reflexão

Após o encontro de pais, mães e filhos ser oficializado, é hora de buscar referências para a família que nasce. A Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção (Angaad) possui regionais em todo Brasil – inclusive em diversas cidades mineiras. 

“Participando de um grupo de apoio você estará entre pessoas que sabem o que esperar de cada etapa do pré e pós adoção podendo ter todo o apoio de que vai necessitar ao longo desta linda caminhada para completar sua família”, diz o site da Associação.

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