Insatisfação popular

DATATEMPO: Saúde é o maior problema de BH, seguido por trânsito e segurança

Para analista da pesquisa, avaliação pode ter relação com caos em atendimentos para a dengue

Por Clarisse Souza
Publicado em 11 de abril de 2024 | 06:00
 
 
 
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A saúde lidera o ranking de serviços públicos com mais problemas em Belo Horizonte, afirmaram os eleitores da capital ouvidos pela segunda rodada da pesquisa DATATEMPO a analisar o cenário para as eleições municipais deste ano.

A avaliação sobre a assistência à saúde na cidade é negativa para 29,3% dos entrevistados – 12,3 pontos percentuais a mais que as reclamações sobre trânsito e transporte (17%), que ocupam o segundo lugar. Em seguida aparece a segurança pública (9,9%), terceira pior classificada em uma lista apresentada aos entrevistados para medir o nível de insatisfação do eleitorado acerca de oito serviços municipais.

 

 

Novidade. O levantamento aponta que a percepção dos eleitores sobre os serviços públicos em Belo Horizonte mudou desde setembro do ano passado, quando foi divulgada a primeira rodada da pesquisa DATATEMPO sobre o cenário eleitoral da capital. Naquela ocasião, trânsito e transporte eram o principal motivo de queixa para 27,7% do eleitorado. Saúde aparecia em segundo lugar, como reclamação de 23,9% dos entrevistados.

A piora na percepção sobre a saúde ocorre no contexto de agravamento da epidemia de dengue na capital. Segundo o último boletim da Prefeitura de Belo Horizonte, divulgado na terça-feira (9), o município contabiliza 124.319 casos prováveis da doença e já confirmou ao menos 29 mortes. A rise provoca superlotação de unidades de atendimento médico e tem forçado a administração municipal a abrir postos de saúde aos finais de semana para atender a alta demanda por consultas. 

Embora a pesquisa não tenha questionado os eleitores sobre a razão de apontar a saúde como o pior serviço da capital, a cientista social e analista de pesquisas do Instituto DATATEMPO Bruna Assis acredita que a epidemia de dengue tenha motivado a piora na insatisfação dos eleitores. “A situação dos hospitais e a demora no atendimento podem ter impactado a visão sobre o serviço, fazendo com que trânsito e transporte, que eram as principais motivações de reclamação, tenham sido ultrapassados pela saúde no ranking”, avalia a especialista. 

Bruna Assis ressalta que, quando somados, a má qualidade dos serviços de saúde, o trânsito e transporte e a segurança são problema para mais da metade do eleitorado da capital (56,2%), o que deve ajudar a nortear, inclusive, as campanhas dos candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte. Isso porque, segundo a analista, as eleições municipais tendem a ser mais pautadas por problemas específicos do município do que por questões ideológicas ou partidárias. 

“Pensando nas discussões locais, esses devem ser temas tratados tanto pelos candidatos em suas ações de campanha quanto cobrados pelo eleitorado”, explica. 

Metodologia

A pesquisa DATATEMPO fez 1.200 entrevistas domiciliares entre 26 e 30 de março. A margem de erro é de 2,83 pontos percentuais para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%. A pesquisa foi contratada pela Sempre Editora, e o registro no TRE-MG é 02336/2024.

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