BRASÍLIA - O segundo confronto direto entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (Psol), que disputam a Prefeitura de São Paulo, foi marcado por novos e antigos ataques na noite deste sábado (19), no debate da TV Record.

Com 18 pontos percentuais a menos que o adversário segundo a última pesquisa do Datafolha, Boulos partiu para o ataque e tentou tirar novas cartas da manga para tentar desconstruir a imagem de moderado do rival.  Após ser chamado de radical e “extremista”, ele citou que Nunes foi preso, em 1996, por ter dado um tiro para o alto em uma boate na cidade de Embu das Artes (SP). 

Na ocasião, o hoje prefeito foi denunciado por porte ilegal de arma, Em depoimento na delegacia, disse que foi retirar uma pistola, que pertencia a uma pessoa desconhecida, de dentro de um carro e o equipamento disparou de forma acidental.

"Para você, Ricardo, quem luta junto com família sem teto é extremista, e quem dá tiro para cima em porta de boate é moderado e bom”, disse Boulos.

Questionado sobre o episódio, Nunes disse que isso é “conversa” e se justificou. “Eu fui separar uma briga. Eu não ia deixar haver uma situação e deixar aquela coisa acontecer. Eu sempre tive uma posição de atuar. A minha vida é limpa”, respondeu Nunes.

Em outro momento, o prefeito relembrou de um caso em que Boulos, em 2017, bateu o carro em uma moto, que por sua vez, atingiu outro veículo em uma avenida perto da região central da cidade.

Segundo reportagem da revista Veja, o político do Psol foi multado em R$ 3.000, quantia que teria sido paga por seu pai, o médico Marcos Boulos. "O cara ficou ligando, ligando, ligando, ele [Boulos] não atendia. [...] Sabe quem pagou a conta? O papai. Ele com 35 anos, um marmanjo com 35 anos, não atendia o telefone, deu calote no cara que ele bateu o carro. O papai teve que pagar a conta. Não dá pra ser prefeito", atacou Nunes.

Boulos rebateu citando o caso em que a esposa do prefeito, em 2011, registrou um boletim de ocorrência contra o marido acusando-o de ameaças e até violência. “"Eu já bati o carro algumas vezes, acho que como todo motorista em São Paulo. Graças a Deus nunca bati em mulher, e sempre paguei quando bati”.

Ao longo do debate, os dois candidatos requentaram ataques mútuos já feitos em outras ocasiões. Boulos citou a investigação da “máfia das creches”, na qual Nunes é suspeito de lavagem de dinheiro, enquanto o prefeito destacou a detenção do adversário por ter tentado apedrejar uma viatura da Polícia Militar durante uma operação de despejo, em 2012.

Além disso, o apagão que atingiu São Paulo durante a semana passada voltou a ganhar destaque. Mais uma vez. Boulos disse que Nunes é o “pai” do apagão por não ter feito a poda de árvores que caíram com as tempestades que atingiram a cidade no dia 11 de outubro, provocando o rompimento da fiação elétrica. Por outro lado, o emedebista culpou o governo federal, por não ter agido para romper o contrato com a concessionária Enel, que cuida da energia elétrica na capital paulista.