O deputado federal Nikolas Ferreira (PL), que atuou durante as eleições municipais deste ano como cabo eleitoral para diversos candidatos a prefeito e vereador em Minas e no Brasil, voltou a declarar seu apoio à candidatura de Bruno Engler (PL) para a Prefeitura de Belo Horizonte e defendeu uma renovação na política da capital mineira. Em conversa com a FM O TEMPO 91,7 desta terça-feira (22 de outubro), Nikolas ainda teceu críticas ao prefeito Fuad Noman e disse que a cidade está abandonada. 

“O Fuad não é prefeito há seis meses, e o Kalil não era prefeito de uma chapa diferente da do Fuad, ou seja, eles eram um grupo político. Então, eu não falo aqui como intriga da oposição, basta você ter dois olhos, você caminhar pela cidade, você vê uma cidade suja, uma cidade abandonada, que de 2021 para frente, e agora quem renovou contrato, não tinha contrato de lixeira. O centro de Belo Horizonte, infelizmente, tem um mau cheiro, tem diversos moradores de rua que estão numa situação deplorável, porque não há nenhum tipo de cuidado com essas pessoas. E a gente sabe que todas essas questões que envolvem o contexto da cidade geram insegurança, geram criminalidade, o tráfico de drogas”, criticou Nikolas. 

O deputado federal, que é cristão e conservador, aproveitou para trazer à tona, mais uma vez, os livros escritos por Fuad Noman. O prefeito, antes de assumir cargo público, publicou três livros, que possuem cenas de relações sexuais explícitas. O conteúdo da obra já foi criticado por Bruno Engler na segunda-feira (21 de outubro).

“O argumento dele é de que é uma mera ficção, em parte, eu confesso, você escreve sobre o que você quiser, você pensa sobre o que você quiser no seu tempo livre. A minha questão não é essa. O problema é quando que a ficção se torna realidade. [...] Eu não estou colocando em cheque aqui o livro, a literatura, até mesmo porque você tem filmes que mostram coisas terríveis. Só que você, como um servidor público, é uma pessoa que está em uma posição pública de dirigir a educação do seu município, você precisa estar atento a isso”, destacou Nikolas. 

Fuad comentou sobre as críticas a cerca de seus livros nesta segunda-feira: "Se a gente quiser discutir literatura, vamos começar a chamar Nelson Rodrigues, Bocage, Jorge Amado... vamos discutir a literatura. Pegar um livro que tem uma passagem em que uma moça mente para uma pessoa para explorar (na campanha) é não conhecer literatura, é não saber que ficção é assim mesmo. É um momento meio desesperado do candidato, de querer inventar coisas para fazer isso. Eu quero discutir propostas para Belo Horizonte", afirmou o prefeito. "Usar isso na campanha mostra claramente quem não tem o que dizer. Mostra claramente que não tem proposta para fazer. Lixo, como o que ele falou, a gente recolhe, recicla, para não contaminar o ambiente".

Durante entrevista, Nikolas ainda aproveitou para desaprovar a organização do Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, que aconteceu em maio deste ano e foi alvo de críticas por parte da bancada conservadora da Câmara Municipal. Na época, os vereadores acusaram o festival de expor obras adultas sem controle de compra para as crianças. A informação, na época, foi negada pela prefeitura, que explicou que profissionais teriam sido treinados para guiar as crianças pelo festival para que elas não tivessem contato com conteúdo inapropriado. 

“De duas uma: ou Fuad não concorda com esses livros que estão lá na feira, que foram colocados ali em defesa de ideologia de gênero, sobre pronome neutro, sobre apologia às drogas, ou ele concorda com isso, ou simplesmente ele foi incompetente de fiscalizar e não deixar com que isso chegue até o seu filho no ensino básico”, atacou o deputado federal. 

Renovação na política

Nikolas Ferreira aproveitou a entrevista, também, para reforçar o apoio a Bruno Engler, e destacou que apesar de jovem, o correligionário “merece uma oportunidade”. “Eu realmente estou com desejo de ver uma renovação, que seja com novos secretários, que seja com um prefeito diferente, com uma postura diferente, é justo dar uma oportunidade para quem é novo e está querendo fazer diferente”. 

Entrevista concedida aos jornalistas Guilherme Ibraim e Thalita Marinho