BRASÍLIA - Alguns dos nomes mais importantes do bolsonarismo desembarcaram da campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e declararam apoio a Pablo Marçal (PRTB) na reta final da corrida pela Prefeitura de São Paulo, com empate técnico entre os três primeiros colocados, incluindo Guilherme Boulos (Psol), segundo institutos de pesquisas.
O próprio Jair Bolsonaro (PL), que chegou a alfinetar Marçal em live na terça-feira (1º), decidiu não entrar de vez na campanha à reeleição do prefeito paulistano, para se dedicar à campanha de Alexandre Ramagem (PL), apesar de admitir que a disputa de seu candidato à prefeitura do Rio de Janeiro contra o atual prefeito Eduardo Paes (PSD) será “uma luta difícil”.
A declaração foi dada na quarta-feira (2), durante uma agenda de campanha do candidato a prefeito de Angra dos Reis, Renato Araújo. O ex-presidente e seus filhos têm participado ativamente da eleição na cidade, onde têm uma casa de veraneio. Já em relação a um eventual empenho na reta final da candidatura de Ricardo Nunes em São Paulo, Bolsonaro desconversou. “Deixa para depois”, disse.
Durante a agenda de Bolsonaro em Angra dos Reis nesta quarta-feira, o boné com a letra M, que se tornou marca registrada de Marçal na campanha pela Prefeitura de São Paulo, era visto com frequência na cabeça de apoiadores do ex-presidente. O item era vendido em diferentes cores, por diversos ambulantes, na cidade da Costa Verde do Rio de Janeiro.
Ricardo Salles faz jantar para arrecadar dinheiro para campanha de Marçal
Já noite de terça-feira, na capital paulista, um jantar na casa do deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP), ex-ministro do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro, reuniu outros expoentes do bolsonarismo para arrecadar dinheiro para a campanha de Pablo Marçal. Todos, segundo Salles, saíram declarando apoio a Marçal.
O evento foi organizado por Salles e Felipe Sabará, coordenador do plano de governo de Marçal na campanha. Entre os políticos, participaram do jantar o deputado Luiz Phillipe de Orleans e Bragança (PL-SP). Outro que chamou a atenção foi Nelson Santini, irmão de Vicente Santini, assessor do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que apoia Nunes.
Entre os mais de 100 executivos que marcaram presença no evento de Marçal estavam Alexandre Ostrowiecki, CEO da Multilaser, e João Marques de Paulo, dono da União Química. Também passou pela casa de Salles o médico imunologista Roberto Zeballos, que se posicionou contra as vacinas da Covid-19 durante a pandemia.
Ainda na terça-feira, Jair Bolsonaro fez campanha pelo interior de São Paulo. Esteve em municípios como São José dos Campos, Tatuapé e Guaratinguetá, onde pediu votos a candidatos do PL. No entanto, ele não foi à capital para participar de atos com Ricardo Nunes na capital paulista antes de seguir para o Rio de Janeiro.
Filhos de Bolsonaro, Nikolas, Cleitinho e Feliciano fazem acenos ao ex-coach
Dias antes, no fim de semana, em meio ao crescimento de Pablo Marçal nas intenções de voto para a Prefeitura de São Paulo, filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro fizeram acenos ao autodenominado ex-coach. Entre eles, o vereador Carlos Bolsonaro (PL), que havia trocado farpas com Marçal durante a campanha de 2024.
“Conversei há pouco com Pablo Marçal, foi muito educado e bacana comigo. Expusemos nossos pontos e fico feliz em ter a consciência que queremos rumar nas mesmas direções quando falamos de Brasil. Deixo aqui meu fraterno abraço a Pablo e que saiamos todos mais fortes para um Brasil que os brasileiros desejam”, escreveu Carlos em rede social, no domingo (29).
A reaproximação de Carlos Bolsonaro com Pablo Marçal foi mediada pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que era um defensor do apoio de Jair Bolsonaro ao ex-coach, pois, para ele, Ricardo Nunes é considerado “pouco bolsonarista”, sendo inclusive chamado por alguns apoiadores do ex-presidente de “comunista”.
Nikolas declarou, por meio das suas contas nas redes sociais, no fim de semana, que “prefere dar uma chance para a dúvida (Marçal)”, do que “engolir esse cara (Nunes)”. Ele pediu aos seguidores para desistirem do prefeito dizendo que ele conciliou um “bando de vagabundos que sempre lutaram contra a gente” na coligação do MDB, formada por 12 partidos.
Na terça-feira, o deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) divulgou vídeo declarando voto em Pablo Marçal, de quem diz ser amigo. Disse que o ex-coach é perseguido por “políticos e religiosos”. “Eu sou aliado, mas não sou alienado. Sou livre para pensar e apoiar quem eu desejar e espero que me respeitem por isso, é a democracia”, afirmou o deputado.
Além de Salles, Feliciano e Nikolas, Marçal já recebeu o apoio público do senador Cleitinho (Republicanos-MG) e dos deputados federais Carla Zambelli (PL-SP), André Fernandes (PL-CE) e Zé Trovão (PL-SC), todos considerados integrantes do núcleo duro do bolsonarismo.
Enquanto isso, Tarcísio de Freitas, que também foi ministro no governo de Jair Bolsonaro, segue como o principal cabo eleitoral de Ricardo Nunes, participando de quase todos os atos do prefeito nesta última semana de campanha.
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