BRASÍLIA - Os candidatos à prefeitura de São Paulo têm recorrido em peso à Justiça Eleitoral nesse início de campanha. Desde a semana passada, uma série de liminares têm sido expedidas determinando que as campanhas apaguem publicações ou conceda direitos de resposta a adversários.

A batalha judicial mais recorrente tem sido entre Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB). O principal motivo são as provocações feitas pelo ex-coach ao psolista a partir do primeiro debate televisivo, no dia 8 de agosto, na TV Bandeirantes.

Em falas, gestos e até notas oficiais, Marçal chegou a insinuar que Boulos seria usuário de drogas ou que estaria frequentando clínicas de reabilitação, sem apresentar qualquer indícios do que diz. Com isso, o postulante do PSOL já obteve sete decisões favoráveis no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), ordenando que o concorrente excluísse diversos vídeos em que faz os ataques nas redes sociais.

Além disso, três pedidos de resposta foram aceitos pelo TRE-SP a favor de Boulos e contra Marçal, por difamação e por “extravasar o debate político-eleitoral”. Mas a decisão foi suspensa pela própria Corte pelo fato de o vídeo enviado pelo psolista não ter cumprido com os requisitos.

Tabata quis suspender registro de Marçal

Uma suposta prática de abuso de poder econômico por Pablo Marçal motivou uma representação da candidata Tabata Amaral (PSB) pedindo a suspensão da candidatura do ex-coach.

O candidato do PRTB é acusado de remunerar um “exército de influenciadores” para compartilharem trechos de vídeos gravados por ele nas redes sociais. Nas peças, Marçal direciona ataques a outros oponentes

O pedido de Tabata foi negado pelo TRE-SP. Para o juiz Antonio Maria Patiño Zorz, acolher o requerimento com a urgência pretendida poderia “gerar a ausência do nome do candidato na urna eletrônica”, gerando “perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão, nulidade das eleições para prefeito e realização de novas eleições”.

Nunes x Tabata

Outro revés sofrido pela campanha de Tabata na justiça foi para o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que concorre à reeleição. O emedebista obteve um direito de resposta devido à publicação de um vídeo em que a deputada diz que ele “rouba e não faz”.

A juíza Claudia Barrichello considera que a candidata cometeu o crime de "veiculação de mensagem injuriosa" ao “extrapolar” os limites da liberdade de expressão.