BRASÍLIA - Os candidatos à Prefeitura de São Paulo protagonizaram mais um debate marcado por bate-boca e trocas de insultos e acusações nesta terça-feira (17), menos de 48 horas após a cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) em Pablo Marçal (PRTB).
Mais uma vez, em debate promovido pela RedeTV e pelo portal Uol, que teve as cadeiras parafusadas, a estratégia de Marçal de desferir ataques marcou a tônica. Antes mesmo do programa, ele causou polêmica ao se recusar a beber da água oferecida pela produção.
Com a mão direita enfaixada, ele trocou ofensas com Datena já no primeiro bloco.O influenciador repetiu sua fala no debate anterior de que o tucano “não é homem”, e sim um “agressor”, e comparou o adversário a um orangotango.
“As cadeiras aqui foram parafusadas no chão porque ele teve um comportamento análogo a um orangotango numa tentativa de homicídio contra mim”, disse Marçal.
Datena teve atendido um pedido de resposta após a ofensa do oponente e reiterou que, apesar de a agressão ter sido um erro, ele não se arrepende do que fez.
“Não bato em covarde duas vezes. Me arrependo desse ato, mas muitos juristas já consideraram como legítima defesa da honra pelo que você fez contra mim. Você vai falar comigo na Justiça”.
Bate-boca com Ricardo Nunes
No final do primeiro bloco, Marçal e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que concorre à reeleição, foram responsáveis por um bate-boca com gritaria de ambos os lados, inclusive fora dos microfones.
“Você agride a todos. Ao pai da Tabata, ao Boulos, ao Datena, a mim. [...] Ele [Marçal] saiu da cadeia, mas a cadeia não saiu de dentro dele. A forma como ele vem colocando e tratando as pessoas assim, é a forma da malandragem de cadeia. Ele é cria da provocação", atacou Nunes.
Marçal lembrou da acusação contra o prefeito de agredir a esposa e da investigação por desvio de dinheiro em compras de merenda, produtos de limpeza e material de papelaria para creches.
"Você vai preso, Ricardo Nunes, por tocar na merenda das crianças", disse o ex-coach. "Se sua mulher te perdoou, São Paulo não vai te perdoar", afirmou em outro momento.
O emedebista negou as acusações e disse nunca ter “tocado um dedo” na mulher. As falas foram seguidas por gritaria entre os dois. A mediadora, Amanda Klein, precisou intervir, gritar com os candidatos e pedir civilidade.
Marçal pede perdão a Tabata
Interpelado por Tabata Amaral (PSB), Pablo Marçal pediu desculpas à adversária por ter insinuado, ainda na pré-campanha, que ela seria culpada pelo suicídio do pai.
“Contou uma mentira suja e mentirosa sobre meu pai, dizendo que eu era culpada pelo suicídio do meu pai”, disse Tabata, ao apontar que Marçal está “há meses atacando a honra” dos demais. Em seguida, perguntou se o ex-coach se arrepende.
"Eu quero saber, Tabata. Você me perdoa? Eu cometi um erro em relação ao seu pai. Eu fui injusto com você. Eu peço perdão", afirmou o candidato do PRTB. “Ele ganha dinheiro com isso, ele lucra em cima da miséria e desgraça das pessoas”, reforçou Tabata, que não respondeu ao pedido de desculpas.
Marina Helena ataca Tabata e Datena
A candidata Marina Helena (Novo) acusou Tabata Amaral de “não ter sido transparente” sobre uma suposta viagem feita com jatinho particular para visitar o namorado, o prefeito de Recife, João Campos (PSB), em Feira de Santana (BA).
A candidata do Novo afirmou que a oponente se coloca como "alguém que se vende como vinda da periferia", mas "por trás não é transparente". Tabata prometeu acionar a Justiça.
"Isso é um delírio. [...] E é grave, Marina. Com todo o respeito, aguarde o processo. Você não pode trazer uma afirmação que simplesmente não corresponde à realidade", disse.
Marina Helena ainda mirou em Datena pela cadeirada em Pablo Marçal: “em qualquer outro lugar do mundo, um candidato que tivesse pegado uma cadeira e atacado outro candidato sairia algemado. [...] Eu te peço, Datena, para deixar esse pleito porque você não tem controle emocional”.
O apresentador de TV se defendeu e criticou a reação de Marçal à agressão, fazendo menção ao fato de ele ter chamado uma ambulância.
“Cadeirada quem levou fui eu, de ter sido acusado de crime hediondo que foi arquivado. [..] Ele [Marçal] deveria ter sido internado no oitavo andar, que é a ala psiquiátrica".