Antes de ir a Brasília para encontrar ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o prefeito de Belo Horizonte e candidato à reeleição, Fuad Noman (PSD), prometeu criar a Diretoria de Vilas e Favelas na Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). A promessa foi feita nesta nesta quarta-feira (25 de setembro) após o candidato à reeleição ouvir cobranças da Rede Conexão Favela em agenda no Alto Vera Cruz, na região Leste da capital.

Questionado, Fuad sinalizou que a Diretoria de Vilas e Favelas pode ficar sob o guarda-chuva da Secretaria de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, ou, então, da Companhia Urbanizadora e de Habitação (Urbel). “Temos que estudar ainda. Como acabei de ouvir a demanda deles (Rede Conexão Favela) agora, não tinha pensado nisso antes. É um bom lugar lá, na Assistência Social, mas (vamos) estudar um pouquinho, porque ela (a diretoria) pode ser mais do que Assistência Social”, apontou o prefeito.

A agenda com a Rede Conexão Favela foi articulada pelo diretor presidente da Urbel, Claudius Pereira, quem tem intermediado o contato entre a campanha do candidato à reeleição e lideranças de vilas e favelas. Além de Claudius, que já havia acompanhado Fuad na visita ao Conjunto Mariano de Abreu, na última quarta-feira (18 de setembro), o secretário de Assuntos Municipais e Comunicação Social, Paulo Lamac, também estava presente no Alto Vera Cruz. 

Segundo Fuad, a Diretoria de Vilas e Favelas pode ser um espaço de “ligação” caso seja reeleito. “Porque as vilas e favelas têm problemas da BHTrans, têm problemas da Urbel etc. Então, a gente vai estudar isso um pouco melhor, porque acho que demanda isso, em um trabalho até um pouco mais abrangente”, justificou o candidato à reeleição. O prefeito recebeu em mãos da Rede Conexão Favela uma carta de compromissos.

O representante da diretoria da Conexão Favela, Paulo Francis, pediu, por exemplo, a implementação de um estacionamento rotativo, o que, segundo ele, potencializaria o comércio. “Muitas vilas e favelas, como o Alto Vera Cruz e a Cabana Pai Tomás, têm apenas uma rua comercial. A gente tem que trazer realidades que deram certo, como o rotativo. Por que não pensar o rotativo a R$ 0,50?”, sugeriu Francis, que ainda cobrou a presença de autoridades de fiscalização do trânsito.

Fuad se disse surpreso com os pedidos, já que, conforme ele, as pessoas normalmente não querem pagar estacionamento. “As pessoas querem fugir de pagar alguma coisa. ‘Ah, não quero pagar, não.’ Agora, R$ 0,50 está muito pouco, tá? Não dá nem para manter o sistema operando”, brincou o prefeito. Hoje, o valor do rotativo em Belo Horizonte é quase dez vezes maior do que o valor sugerido, R$ 4,95. 

Além do rotativo, Francis pediu que a PBH feche ruas de vilas e favelas aos domingos para o lazer de crianças e adolescentes. “Se na Savassi pode, por que não nas vilas e favelas?”, cobrou o representante da Conexão Favela. “É fundamental para estimular a criançada e a juventude para que se aperfeiçoem (em esportes) e possam se profissionalizar, e, mais do que isso, possam se sentir cidadãos e socializar com os vizinhos”, justificou ele. 

O prefeito reconheceu que precisa criar oportunidades de esporte e lazer para as crianças. “Nós estamos estudando a possibilidade de criar um centro olímpico em Belo Horizonte. Queremos levar alunos para serem treinados por professores especializados e técnicos de renome”, apontou Fuad, que já havia citado a proposta quando visitou o Mariano de Abreu na última semana.

A reunião com representantes da Rede Favela, realizada próxima ao Campo do Riviera, foi a segunda visita de Fuad ao Alto Vera Cruz. Em 1° de setembro, o candidato à reeleição caminhou pelas ruas do bairro da região Leste ao lado do candidato a vice-prefeito Álvaro Damião (União) e de Lamac. Na ocasião, o prefeito ainda foi à Paróquia Nossa Senhora Aparecida. 

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