Eleições 2022

Bolsonaro volta a atacar urnas e criticar Moraes: 'reage, mas recusa sugestões'

Presidente disse que 'não existe sistema eletrônico que seja perfeitamente blindado' e que 'se nunca teve [problema], vai chegar a hora'


Publicado em 17 de outubro de 2022 | 09:02
 
 
 
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O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, fez novos questionamentos à segurança do sistema eleitoral brasileiro e das urnas eletrônicas, sem apresentar provas. De acordo com o mandatário, é unanimidade que "não existe sistema inviolável", apesar de as urnas não serem conectadas a nenhum dispositivo de internet.

Apesar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) garantir ser possível auditar as urnas, Bolsonaro voltou a citar um relatório da Polícia Federal de 2016. O documento diz que é auditar a totalização dos boletins de urna após as votações, mas indica dificuldade em fazer a auditoria de forma satisfatória no processo entre a votação do eleitor e a contabilização do voto no extrato final.

"Diz a Polícia Federal que as urnas são inauditáveis. Não existe sistema eletrônico que seja perfeitamente blindado. Se nunca teve [problema], vai chegar a hora. O que a gente busca é mais uma camada de transparência. É isso que nós lutamos no passado", disse nesta segunda-feira (17) em entrevista à Rádio Tupi, do Rio de Janeiro.

"No momento, como as Forças Armadas foram convidadas a integrar uma Comissão de Transparência Eleitoral, esse trabalho está afeto às Forças Armadas. Eu não dou palpite, as Forças Armadas têm uma equipe enorme lá no comando de defesas cibernéticas que trabalham nessa questão. E todos são unanimes em dizer que não existe sistema impenetrável, sistema inviolável. Até na Nasa a molequada entra, por que não fazem aqui? É esse o sentimento nosso, as Forças Armadas têm colaborado bastante e vamos seguir com essa urna", acrescentou.

O mandatário disparou novas críticas ao presidente do TSE, Alexandre de Moraes, com quem alimenta embate frequentes, e sinalizou ser prejudicado pelas ações na Corte Eleitoral impetradas pela campanha de seu adversário na disputa presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"As medidas que o PT entra contra mim [no TSE], quase todas são aceitas. A recíproca não é verdadeira. O que eu critico na postura do Alexandre de Moraes? Ele reage e não aceita sugestões, não feitas por mim, mas pela Comissão de Transparência Eleitoral", afirmou, complentando que o relatado o deixa "sempre preocupado". 

"Mas repito, essa questão está certa, da minha parte, as Forças Armadas que foram convidadas a participar daquela tal de Comissão de Transparência Eleitoral", frisou.

Bolsonaro diz que reinterpretou política da Petrobras sobre preço dos combustíveis e ataca governos do PT

Bolsonaro culpou, ainda na entrevista, os governos dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff (PT) por altas nos preços dos combustíveis e que fez uma reinterpretação da Preço de Paridade de Importação (PPI), utilizado pela Petrobras para embasar os valores finais. O presidente creditou ainda a incidência de impostos estaduais que, segundo ele, eram "absurdos".

"Agora a interpretação da PPI, que eu demorei a entender, porque quem tinha que entender eram o presidente e o diretor da Petrobras, era a questão da interpretação. Não precisava imediatamente, após subir o preço do dólar lá fora, aumentar aqui dentro. Tem um prazo de vigência de carência para isso. As diretorias outras simplesmente aumentavam o preço imediatamente. Não é uma nova interpretação, houve uma interpretação precisa da política de paridade de preço internacional", disse.

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