Eleições 2022

Celso de Mello diz que Bolsonaro é risco à democracia e declara voto em Lula

Presidente do STF entre 1997 e 1999, Celso de Mello disse ainda que Bolsonaro não tem estatura presidencial e apresenta elevado coeficiente de mediocridade e é destituído de respeitabilidade política


Publicado em 28 de setembro de 2022 | 08:28
 
 
 
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O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello declarou apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República. Ele justificou a decisão em oposição ao presidente Jair Bolsonaro (PL), por ser representante de ideologia de “extrema-direita que perigosamente nega reverência à ordem democrática, ao primado da Constituição e aos princípios fundantes da República”, conforme nota que ele entregou, na noite desta terça-feira (27), ao grupo de juristas Prerrogativas.

Presidente do STF entre 1997 e 1999, Celso de Mello disse ainda que Bolsonaro não tem estatura presidencial e apresenta elevado coeficiente de mediocridade e é destituído de respeitabilidade política. O ministro aposentado chamou o comportamento de Bolsonaro de vulgar e incompatível com a seriedade do cargo que exerce. 

“Causou o efeito perverso de vergonhosamente degradar a dignidade do ofício presidencial ao plano menor de gestos patéticos e de claro (e censurável) desapreço ao regime em que se estrutura o Estado Democrático de Direito”, escreveu. "É por tais razões que o meu voto será dado em favor de Lula no primeiro turno", completou.

Mello fez duras críticas ao presidente em outras ocasioes. Em julho, por exemplo, elas vieram por meio de carta entregue ao ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo Luiz Antônio Marrey. Na ocasião, Mello cancelou, por motivos de saúde, a participação no encontro da Faculdade de Direito da USP que lançaria a “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito”.

Mello, que quando era ministro do STF condenou petistas em processos por corrupção, é o segundo ex-presidente do Supremo a declarar voto em Lula. Joaquim Barbosa, também ministro aposentado, enviou uma série de vídeos à campanha do PT nos quais critica Bolsonaro, defende a segurança do processo eleitoral e declara voto no petista. Barbosa foi indicado à cadeira na corte pelo ex-presidente, mas depois tornou-se algoz do PT. Ele foi relator do processo do mensalão, processo que atingiu em cheio o governo Lula.

Veja a íntegra da nota do ex-ministro Celso de Mello:

“A atuação de Bolsonaro na Presidência da República revelou a uma Nação estarrecida por seus atos e declarações a constrangedora figura de um político menor, sem estatura presidencial, de elevado coeficiente de mediocridade, destituído de respeitabilidade política, adepto de corrente ideológica de extrema-direita que perigosamente nega reverência à ordem democrática, ao primado da Constituição e aos princípios fundantes da República, e cujo comportamento vulgar, de todo incompatível com a seriedade do cargo que exerce, causou o efeito perverso de vergonhosamente degradar a dignidade do ofício presidencial ao plano menor de gestos patéticos e de claro (e censurável) desapreço ao regime em que se estrutura o Estado Democrático de Direito! Em defesa da sacralidade da Constituição e das liberdades fundamentais, em prol da dignidade da função política e do decoro no exercício do mandato presidencial e em respeito à inviolabilidade do regime democrático, tenho uma certeza absoluta: NÃO votarei em Jair Bolsonaro!!! É por tais razões que o meu voto será dado em favor de Lula no primeiro turno.”

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