ELEIÇÕES 2022

'Ela sabe que eu acho que ela errou', diz Lula sobre Dilma na sabatina do JN

Candidato do PT, Lula apontou erros da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) na política de preços da Petrobras


Publicado em 25 de agosto de 2022 | 20:59
 
 
 
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato ao Palácio do Planalto pelo PT, foi questionado na sabatina do Jornal Nacional, da TV Globo, nesta quinta-feira (25), sobre a crise econômica que ocorreu durante a segunda gestão ex-presidente petista Dilma Rousseff. O petista defendeu a correligionária, dizendo que ela teve um primeiro mandato "extraordinário".

"A Dilma fez um primeiro mandato extraordinário porque a crise internacional se agravou e mesmo assim ela se endividou para manter as políticas sociais e manter o desemprego em 4,5%, foi o menor desemprego que tivemos na história desse país, era como se fosse padrão Noruega", declarou Lula. 

Em seguida, Lula apontou erros de Dilma em pontos como a gasolina, referindo-se à política de preços da Petrobras. 

"Eu acho que a Dilma cometeu equívoco na questão da gasolina, ela sabe que eu penso isso. Quando ela tentou mudar, tinha uma dupla dinâmica contra ela", afirmou o candidato petista, citando opositores como o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, responsável pela abertura do processo de impeachment que interrompeu o mandato de Dilma em 2016, e o então senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Lula voltou ao JN para sabatina após 16 anos

O ex-presidente voltou nesta quinta à bancada do Jornal Nacional, principal telejornal da TV brasileira, para ser sabatinado após 16 anos. Na última entrevista como candidato, em 2006, seu adversário era justamente Geraldo Alckmin (PSB), hoje o vice em sua chapa, e integrou a comitiva que acompanhou Lula ao estúdio do JN. 

Foram selecionados para a sabatina apenas as candidaturas mais bem posicionadas no Datafolha do dia 28 de julho. O candidato do PT foi entrevistado por 40 minutos, da mesma forma que se deu com o presidente Jair Bolsonaro (PL) na segunda-feira (22) e com o pedetista Ciro Gomes na terça-feira (23). Na sexta-feira (26) será a vez de Simone Tebet (MDB) participar do programa. A ordem das entrevistas foi definida por sorteio.

Há 16 anos, os principais questionamentos ao ex-presidente foram sobre o escândalo do mensalão, que estourou um ano antes. O esquema consistia na compra de parlamentares por meio de repasses de propina, o que levou diversos deputados, líderes petistas e operadores à cadeia nos anos seguintes. Lula não foi réu no caso.

Uma década depois, em 2016, o ex-presidente foi alvo da operação Lava Jato. Foi condenado em três instâncias e preso pela Polícia Federal em Curitiba, capital paranaense.

Depois, teve a condenação anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou a 13ª Vara Federal de Curitiba incompetente para julgar o caso e concluiu que o então juiz Sergio Moro - que em seguida entraria formalmente para a política, primeiro como ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) e atualmente como candidato ao Senado pelo União Brasil - teria sido parcial. Ainda preso, em 2018, Lula tentou participar da eleição.

Quando ocorreram as entrevistas do Jornal Nacional com os demais candidatos, ele ainda estava tentando disputar. Na sabatina com os concorrentes, o apresentador William Bonner ressaltou que, por estar preso, o ex-presidente não poderia participar. 

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