A senadora Simone Tebet, candidata à presidência da República pelo MDB, terminou a disputa em 3º lugar, com 4,2% dos votos totais.
Apesar de ter passado longe de ir para o segundo turno e em nenhum momento ter alimentado expectativas concretas de se aproximar dos líderes, Tebet encerra a campanha conseguindo se projetar como uma liderança de centro ou centro-direita na política nacional.
Após ganhar notoriedade na CPI da Covid no Senado, em 2021, a emedebista lançou a candidatura em meio a uma discussão de mais de seis meses sobre quem seria o candidato da chamada “terceira via”, que no fim, também reuniu PSDB, Cidadania e Podemos. Partidos que antes estavam no processo, como o União Brasil, desistiram da composição.
Apesar de vitoriosa no processo, a Tebet encontrou forte resistência dentro do seu próprio partido, onde caciques em 11 estados no Norte e no Nordeste declararam apoio público a Lula e tentaram derrubar a convenção da legenda que oficializou o nome da senadora ao Planalto.
Já nas regiões Sul e Centro-Oeste, parte dos quadros são simpáticos ao presidente Jair Bolsonaro, reduzindo ainda mais o número de palanques regionais com os quais Tebet pode contar.
Porém, a emedebista conseguiu ter destaque nos três debates televisivos do primeiro turno. Com críticas contundentes a Bolsonaro, principalmente, partiu de 1% nas pesquisas de intenção de voto a cerca de 5% em levantamentos da última semana. Além disso, passou a ser vista com simpatia por setores avessos ao bolsonarismo.
Com forte discurso por um apelo à pauta feminista, porém, não conseguiu decolar no eleitorado feminino e também recebeu críticas de uma parte das mulheres identificadas com o feminismo, sob o argumento de que Tebet estaria “se aproveitando” da causa.
Já do lado bolsonarista, vieram acusações de ter sido uma espécie de “linha auxiliar” de Lula, tanto pelas críticas duras a Bolsonaro como por ter protagonizado alguns dos momentos delicados para o presidente nos debates, ao lado de Soraya Thronicke (União), devido à rejeição do mandatário entre as mulheres.
Na reta final da campanha, a senadora disse, por mais de uma vez, que sua candidatura era como um “reposicionamento” de seu grupo político, que perdeu espaço nos últimos anos com a ascensão de Bolsonaro.
Ao final do processo, o centro ainda parece longe de ter grande apelo no eleitorado, sobretudo entre os mais pobres, que ainda se alinham majoritariamente a Lula e a Bolsonaro. Mas a projeção conseguida por Simone Tebet, segundo aliados ,a credencia a tentar novos voos na política.
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